Fita métrica do amor
Como se mede uma pessoa? Os
tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme para você quando
fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha
nos olhos e sorri destravada.
É pequena para você quando só
pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando
fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais
importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante para
você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu
crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando
perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de
acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma
pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode
aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou
decrescer num espaço de poucas semanas: será que ela que mudou ou será que o
amor é traiçoeiro nas suas medições?
Uma decepção pode diminuir o
tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho
de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta
elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso
julgamento é feito não através de centímetros e metros, e sim de ações e
reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão e,
ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os
insignificantes.
Não é a altura, nem o peso,
nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
Martha Medeiros