Eu aprendi a não deixar que a cabeça
tome a frente do coração.

 
 


                              Escultores de almas

Péricles foi um célebre orador e estrategista que governou Atenas de 460-430 a.C., e ficou conhecido na história como a maior figura política daquela cidade.

Estimulou as artes e a cultura, realizou grandes construções como o Partenon, templo pagão de insuperável perfeição arquitetônica e riqueza escultural de Atenas.

Certa feita, promoveu uma grande festa em homenagem à beleza da cidade de Atenas, para a qual mandou convidar todos aqueles que de alguma forma haviam contribuído para que a cidade ficasse tão bela.

Avisado que os convidados já estavam presentes, Péricles lançou seu olhar sobre os salões e notou escultores, pintores, arquitetos, políticos, mas não percebeu nenhum pedagogo.

Chamou seus assistentes e lhes perguntou porque os pedagogos não estavam ali. E eles responderam: "porque não foram convidados, senhor. Afinal, não deram nenhuma contribuição para embelezar Atenas."

Então Péricles ordenou: "vão convidá-los imediatamente para a festa,
pois são eles que embelezam as almas dos atenienses."
Interessante pensar no que isso significa.

Importante refletir sobre o que significa ter o poder de esculpir nas almas daqueles que se dispõem ao aprendizado, à reflexão sobre os valores, as virtudes, o sentido da vida.
E nesse contexto podemos dizer que os professores são escultores de almas, sim.

Um dia um professor aposentado, alma sensível e dedicada, competente e estudioso, estava sendo entrevistado e lhe foi pedido para que falasse um pouco sobre sua maior produção literária, pois também é escritor, e ele falou com sabedoria: "minha maior produção são os meus alunos."

De fato, quem tem acesso a um ser humano, numa sala de aula, predisposto a receber lições, poderá deixar uma grande e nobre produção.

Trabalhar com as mentes e os corações é algo de valor inestimável.
E como o professor também é um ser inacabado, a experiência numa sala de aula pode e deve ser uma grande oportunidade de ensinar aprendendo e aprender ensinando.

No cômputo final, o resultado será uma grande experiência conjunta que faculta a ambas as partes momentos de embelezamento mútuo.
Se você tem o elemento humano sob sua responsabilidade, lembre-se da importância dessa nobre tarefa e seja um artista dedicado a embelezar as almas dos seus educandos, pois é de almas belas e nobres que a humanidade precisa.
Pense nisso!

Você, que é professor, antes de iniciar a sua aula, olhe para os rostos que estão a sua frente e lembre-se de que são almas prontas a absorver suas lições.

E não serão somente as instruções formais que irão captar, mas, acima de tudo, essas almas absorverão suas vibrações de amor, dedicação e entusiasmo com que se dirige a todos.

Afinal, ensinar é uma arte que requer mais do que simplesmente transferir informações.

É a sabedoria de criar possibilidades para que cada aluno se produza e se construa a si mesmo com os elementos de reflexão que recebe do seu mestre.
Pense nisso, e seja um bom escultor de almas.
 
Equipe de Redação do Momento Espírita.

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