Cânticos
de louvor
Quando a vida começava no mundo, os pássaros sofriam bastante.
Pousavam nas árvores e sabiam voar, mas como haviam de criar
filhotinhos? Isso era muito difícil.
Obrigados a deixar os ovos no chão, viam-se, quase sempre,
perseguidos e humilhados. A chuva resfriava-os e os grandes animais,
pisando neles, quebravam-nos sem compaixão.
E as cobras? Essas
rastejavam no solo, procurando-os para devorá-los, na presença dos
próprios pais, aterrados e trêmulos.
Conta-se que, por isso, as aves se reuniram e rogaram ao Pai celestial
lhes desse o socorro necessário.
Deus ouviu-as e enviou-lhes um anjo que passou a orientá-las na
construção do ninho.
Os pássaros não dispunham de mãos; entretanto, o mensageiro
inspirou-os a usar os biquinhos e, mostrando-lhes os braços amigos
das árvores, ensinou-os a transportar pequeninas migalhas da
floresta, ajudando-os a tecer ninhos no alto.
Os filhotinhos começaram a nascer sem aborrecimentos, e, quando as
tempestades apareceram, houve segurança geral.
Reconhecendo que o Pai Celeste havia respondido às suas orações, as
aves combinaram entre si cantar todos os dias, em louvor do Santo Nome
de Deus.
Por essa razão, há passarinhos que se fazem ouvir pela manhã,
outros durante o dia e outros, ainda, no transcurso da noite.
Quando encontrarmos uma ave cantando, lembremo-nos, pois, de que do
seu coraçãozinho, coberto de penas, está saindo o eterno
agradecimento, e Deus está ouvindo nos céus.
Meimei / Francisco Cândido Xavier - Livro: Pai Nosso