Na construção do
amanhã
Nos Estados
Unidos, o dia
dos namorados é
comemorado a 14
de fevereiro.
Nesse dia, as
pessoas costumam
enviar cartões
não somente para
os namorados.
Também a amigos
e pessoas
queridas.
Foi com
preocupação que
a mãe de um
garoto tímido e
calado ouviu-o
dizer que desejava dar um
cartão para cada
colega seu.
Chad era um
excluído na
classe. A mãe o
via, todos os
dias, retornando
da escola.
A turma vinha na
frente,
brincando,
conversando. Ele
sempre atrás,
sozinho. Ela ficou
angustiada.
Mesmo assim, nos
dias que se
seguiram ela
ajudou o filho a
confeccionar os
cartões.
Comprou papel,
cola e lápis de
cor. E ele
trabalhou com
afinco.
Finalmente, no
dia dos
namorados,
estavam prontos
os 35 cartões.
Ele não cabia em
si de
contentamento.
A mãe passou o
dia preocupada.
Tinha certeza
que ele voltaria
desapontado. Não receberia
nenhum cartão.
Por isso,
resolveu fazer
alguma coisa
para amenizar a
situação. Assou
biscoitos
especiais que
ele gostava.
Depois, ficou
esperando. Olhou pela
janela e viu os
garotos. Como
sempre, eles
vinham rindo e
se divertindo.
Como sempre,
Chad vinha atrás
do grupo.
Caminhava, no
entanto, um
pouco mais
rápido do que o
normal.
Quando entrou em
casa, ela
esperou que ele
se desmanchasse
em lágrimas.
Chegou de mãos
vazias, como ela
pensara.
Segurando o
pranto, a mãe
lhe disse: "Filho,
preparei um
lanchinho para
você."
Mas Chad não
prestou atenção
ao que ela
disse. Com
passos firmes,
se encaminhou para
a cozinha,
repetindo:
"Nenhum...nenhum.."
Nesse momento, a
mãe observou que
o rosto do filho
brilhava de
alegria. E o ouviu completar
a frase: "Não
esqueci nenhum,
nenhum deles!"
A atitude do
garoto é
altruísta e
denota uma alma
que muito mais
se preocupa em ofertar amor,
do que buscar
ser amado.
Poucas criaturas
podem superar,
contudo,
situações
semelhantes.
O "bulling",
essa prática de
agressividade
repetida, muito
comum entre
crianças e
adolescentes,
tem dado causa a
alguns
desastres.
O fenômeno é
mundial.
Crianças e
adolescentes são
excluídos pelos
colegas, perseguidos e
humilhados.
Muitos abandonam
a escola, sem
condições de prosseguirem
enfrentando
humilhações e
trotes.
As estatísticas
apontam ainda
crescente número
de suicídios na
faixa etária da
infância/adolescência,
como efeito do "bulling".
Qual será o
motivo de
tamanha
crueldade?
Educadores e
pais: estejamos
atentos.
Observemos o
comportamento
dos nossos filhos.
Serão eles os
promotores do "bulling"
ou suas vítimas?
É tempo de
ensinar a amar
em nosso lar. A
respeitar os
diferentes. A
imitar os melhores, não
tentar
destruí-los.
Pensemos: quais
são os
comentários que
nossos filhos
mais ouvem, com
respeito aos
outros seres, em
nosso lar?
Que falamos a
respeito dos
colegas de
trabalho, dos
vizinhos, dos
filhos dos outros?
É possível que
descubramos que
essa
manifestação
doentia, o "bulling',
seja a resultante da
indiferença e do
desamor que
ensinamos a
eles, todos os
dias.
Pensemos nisso!
O mundo melhor
do amanhã está
em nossas mãos.
Depende de nós a
geração que se
estrutura hoje
para atuar no
mundo logo mais, como
cidadãos do
mundo, herdeiros
das nossas
riquezas morais.
Alice Gray