O homem de gênio e o doido assemelham-se neste ponto: ambos vivem num mundo diferente daquele em que vivem os outros mortais. Arthur Schopenhauer

 
 


                              
Idealismo

Durante longos e longos anos de minha vida caminhei, perseverante, através de tortuosas vias, tentando atingir o topo de uma montanha. Meu olhar estava sempre voltado para o alto. Fechava os olhos e minha visão espiritual sempre refletia aquele objetivo.

Muitas vezes os pés sangravam, os obstáculos eram tantos e tão dolorosos que meu olhar se voltava para baixo, sentindo-me invadido pelo desânimo e depressão.

Os olhos custavam a secar diante de tantas dificuldades, mas, apesar das lágrimas e do abatimento momentâneo, o olhar sempre retomava o alto, voltado à esperança e à fé no Pai.

Lá sempre foi meu objetivo. Era para lá que eu me dirigia. Era como se eu tivesse sido criado para aquilo; andar, andar, subir aquela montanha com o topo todo enevado.

Um dia lá cheguei. Meus cabelos e barbas estavam tão encanecidos tal o topo da montanha. Meus olhos brilhavam de alegria. Enfim havia conseguido meu intento.

Que bom, meu Deus, vitória, vitória, me sentia o maior vitorioso do mundo... Olhei ao redor... Olhei novamente... Meu Deus! Não havia ninguém, ninguém com quem comemorar. Ninguém.

Durante todo meu caminho, naquela senda dolorosa, mas perseverante, eu havia me perdido em meu ideal, havia me segregado.

Havia esquecido de mim mesmo e esquecido de todos.
Não façam como eu, unam-se sempre como fazem todas as semanas para trabalharem juntos e atingirem juntos o ideal.
Ninguém consegue nada sozinho.
Ninguém sabe mais que ninguém.
A união faz a força.

Que Deus nos ilumine!

Maktub

 

 

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