A cortesia é parecida com a manga de um mágico;
sempre guarda surpresas agradáveis. No mínimo, uma pomba da
paz!
Um sorriso, um cumprimento cordial, um pedido de
desculpas, a cessão da vez ou do lugar, um suave "por favor", um
envolvente "obrigado", e tantos outros comportamentos
qualificados como de etiqueta, são elementos que saem aos montes
do ventre da cortesia.
A cortesia é sempre maravilhosa,
mesmo quando só por interesse - oportunidade em que perde muito
de seu encanto. Mas o pior é a sua ausência... Ih! É
ruim.
Chegando ao restaurante, enquanto esperava que os
pratos fossem servidos, o pai pega um paliteiro, tira um palito
e dá-o a uma filha. Esta, espantada, reage:
- Pra que é que
eu quero um palito?
- É um presente meu, filha.
Aceite-o.
- Não... Obrigada!
Ato contínuo, deu-o ao
filho que também ali estava, sendo por ele aceito com um
sorridente,
- Muito obrigado papai!.
Minutos depois,
chegou o prato principal. Compondo-o, destacava-se uma vistosa
azeitona verde.
Calmamente, o pai pede de volta o palito
ao filho, espeta-o na azeitona, devolvendo-o em seguida, agora
adornado por aquele delicioso petisco.
A filha logo
reclama:
- E eu, não ganho uma azeitona, não?
- Não! -
respondeu o pai com tranqüilidade - Quando lhe dei um palito de
presente foi para que, chegando o prato principal, você fosse a
primeira a se servir, tirando a azeitona de que tanto gosta.
Como não aceitou o presente...
- Mas papai, se eu
soubesse...
- É isso, filha, se você soubesse já teria
aprendido que presentes dados têm valores visíveis e invisíveis,
e só quem sabe recebê-los tem condições de perceber tudo isso...
e desfrutá-los com proveito e
sabedoria