Certa mãe, ao perder seu marido, lutou muito para criar e educar a sua
numerosa família. Executou uma grande variedade de tarefas, a fim de
conseguir o suficiente para alimentação, roupas, medicamentos, estudos e
muito mais para os filhos.
Eles cresceram, estudaram, trabalharam e um a um foram saindo da casa
materna, a fim de constituírem as suas próprias famílias. Assim, depois
de alguns anos, aquela mãe estava só. Todos os filhos casados, vivendo
suas próprias vidas. O mais velho deles, entretanto, vendo a mãe sozinha
no enorme casarão onde foram criados, tratou de convencê-la a ir viver
com ele e sua família.
Gerente de uma grande empresa, desfrutando de privilegiada situação
financeira, construiu um pequeno apartamento para a mãe, contratou uma
governanta e ainda colocou à sua disposição o carro com seu motorista.
Sentiu-se bem, ao vê-la assim confortavelmente instalada ao seu lado.
No decorrer de alguns poucos meses, sua esposa começou a notar que a
sogra saía, a pretexto de compras, permanecendo, entretanto, fora de casa
o dia todo, praticamente. Falou com o marido. Intrigados com essa atitude,
resolveram indagar do motorista a respeito do que estava acontecendo. Foi
então que se inteiraram da verdade. Três vezes por semana ela tomava o
carro às oito horas da manhã, solicitando ao motorista que a deixasse
numa determinada esquina onde, às quatro horas da tarde, ele deveria
passar para apanhá-la de volta.
O filho, não desejando molestá-la com indagações, procurou aos poucos
descobrir qual era o destino tomado pela mãe, ao saltar na referida
esquina. Uma tarde, finalmente, acabou chegando na casa onde ela entrava.
Chamou o jardineiro e, com toda discrição, indagou sobre o que fazia ali
aquela senhora que havia pouco, acabara de entrar. O homem informou com
precisão: aquela era a governanta da casa que trabalhava apenas três
dias por semana.
À noite, quando a mãe já estava de volta, naturalmente, o filho, sem se
mostrar magoado, pediu que ela explicasse por que estava trabalhando,
desde que ele vinha se esforçando para lhe dispensar todo o cuidado
necessário. A mãe, solícita e meiga, explicou a seu filho que embora
estivesse agradecida e reconhecida pelas muitas atenções que dele e de
sua família recebia, não se consideraria feliz e muito menos útil, não
tendo nada com que se ocupar. Por essa razão, ela procurou um trabalho.
- Precisamos lembrar - disse a mãe - que o trabalho é honroso e abençoado
e que a negligência, em suas múltiplas formas, se constitui em um
pecado.
Bom dia!!!