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Podemos
fazer a diferença...
A professora Teresa conta que no seu primeiro dia de
aula parou
em frente aos seus alunos da 5ª série primária e, como
todos os demais professores, lhes disse que gostava de
todos por igual.
No entanto, ela sabia que isto era quase
impossível, já que na primeira
fila estava sentado um garoto chamado Ricardo.
Ela, aos poucos, notava que ele não se dava bem com os
colegas de
classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e
cheiravam mal.
Houve até momentos em que ela sentia um certo prazer em
lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e
trabalhos.
Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor
que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para
tomar conhecimento das anotações.
Ela deixou a ficha de Ricardo por último.
Mas quando a leu foi grande a sua surpresa...
Ficha do 1º ano:
“Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus
trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem
bons modos e é muito agradável estar perto dele.”
Ficha do 2º ano:
“Ricardo é um aluno excelente e muito querido por seus
colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe que está
com uma doença grave e
desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar
sendo muito difícil.”
Ficha do 3º ano:
“A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para
Ricardo.
Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem
nenhum interesse e
logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar
providências para ajudá-lo.”
Ficha do 4º ano:
“Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse
algum pelos estudos.
Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.”
Ela se deu conta do problema e ficou terrivelmente
envergonhada...
E ficou pior quando se lembrou dos lindos presentes de
Natal que ela recebera dos alunos, com papéis coloridos,
exceto o de Ricardo, que estava enrolado num papel de
supermercado.
Lembrou que abriu o pacote com tristeza, enquanto os
outros garotos riam ao ver que era uma pulseira faltando
algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso
e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a
mão.
Naquela ocasião Ricardo ficou um pouco mais de tempo na
escola do que o de costume.
Relembrou, ainda, que ele lhe disse:
- A senhora está cheirosa como minha mãe!
E, naquele dia, depois que todos se foram, a professora
chorou por longo tempo... Em seguida, decidiu mudar sua
maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus
alunos, especialmente a Ricardo.
Com o passar do tempo ela notou que o garoto só
melhorava.
E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele
se animava.
Ao finalizar o ano letivo, Ricardo saiu como o melhor da
classe.
Seis anos depois, recebeu uma carta de Ricardo contando
que havia concluído o segundo grau e que ela
continuava sendo a melhor professora que tivera.
As notícias se repetiram até que um dia ela
recebeu uma carta assinada
pelo Dr. Ricardo Stoddard, seu antigo aluno, mais
conhecido como Ricardo.
Mas a história não terminou aqui...
Tempos depois recebeu o convite de casamento e a
notificação do falecimento do pai de Ricardo. Ela
aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a
pulseira que ganhou de Ricardo anos antes, e também o
perfume.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo
tempo e Ricardo
lhe disse ao ouvido: “Obrigado por acreditar em mim e me
fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer
a diferença.”
E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou:
“Engano seu! Depois que o conheci aprendi a
lecionar e a ouvir os apelos
silenciosos que ecoam na alma do educando. Mais do
que avaliar as provas
e dar notas, o importante é ensinar com amor mostrando
que sempre é possível
fazer a diferença...”
Bom dia!!!
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Maktub
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