Sedução
Bates à minha porta às horas mortas...
Morta estou, de cansaço, pela espera.
Espera! Que buscas a essas horas, quando a
espera vestiu todos os sonhos de cansaço?
Chegas ao meu retiro, onde respiro os haustos
da saudade sem sentido. Sentindo?
Que sabes do sentir quando a saudade
despiu todas as ânsias dos sentidos?
Chegas às horas mortas... Que importa
se vens por uma noite ou uma vida?
Vencida, acolho-te, sem espera e sem cansaço,
no espaço sem pudor do meu abraço.
Lêda Mello
Arapiraca (AL)
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