Ciúmes Destruidor
A vida de Ana se tornara muito
ruim, desde o momento em que começou a desconfiar que Artur, seu marido, tinha
outra mulher. Ana olhava para ele e se sentia traída. Toda vez que Artur chegava
atrasado do trabalho, mesmo que dissesse que fora o trânsito complicado ou uma
reunião de última hora, ela pensava:
- Demorou por causa da outra. Devem ter se encontrado hoje. Por isso se atrasou.
A paz do lar ficou comprometida. Ele chegava cansado, ela estava mal-humorada e
procurava todos os motivos para reclamar. Por vezes, ela surpreendia Artur
dispersivo, distante. O pensamento longe. Era o suficiente para pensar consigo
mesma:
- Hummm, olhe só como está pensativo! Aposto que está pensando nela.
Finalmente, um dia, ela resolveu seguir o marido para o surpreender. Esperou-o
na saída do trabalho. Ele pegou o carro, andou algumas quadras e parou na
floricultura. Ela viu quando ele escolheu as maravilhosas flores e saiu
carregando-as com carinho.
- Mau-caráter - pensou ela - gastando com outra.
Aquilo a deixou de tal forma desconsertada, que começou a chorar. Foi para casa
e se jogou na cama.
Chorou muito.
Pouco depois, ela ouviu a porta abrir e seu marido chegar. Escutou os passos
dele na escada, subindo até o quarto do casal, onde ela estava.
Mal o viu adentrar o quarto, ela se sentou na cama, os olhos vermelhos de
chorar, os cabelos em desalinho e desabafou:
- Eu vi tudo. Você não pode negar. Comprou flores para ela. Rosas vermelhas
maravilhosas. Você me traiu. Traiu o nosso amor. Alterada, ela se levantou e
avançou na direção dele, mas para sua surpresa, ele trazia nas mãos o lindo
ramalhete de rosas vermelhas.
Um pouco chateado, estendendo o ramalhete para ela, ele falou:
- Hoje é dia do nosso aniversário de casamento. Você nem se lembrou
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