"O verdadeiro amor é aquele que desperta o poeta
  que há dentro de nós"
(Alexandre Montesso Bonomi)

 


Educar para salvar

Diante dos dias conturbados por que passa a sociedade atual, só existe uma maneira eficiente de fazer com que desponte uma aurora límpida e bela, neste limiar do terceiro milênio: a educação.

Somente através da educação bem sedimentada poderá surgir o homem renovado do século XXI. Mas, educar não significa apenas transmitir padrões sócio-culturais, nem acompanhar o desenvolvimento físico-intelectual da criança ou passar uma série de informações pela instrução formal.

A educação, bem entendida, consiste em formar o homem de bem, contemplando seu duplo aspecto: espiritual e físico. A violência grassa e desgraça, num mundo onde o ser humano vem perdendo o senso de fraternidade, de solidariedade, face aos conflitos de opiniões, às imposições do intelecto sobre o sentimento, à robotização que transforma o ser humano em máquina, a repetir atividades que lhe destroem a capacidade de criar, de enriquecer-se de novos valores espirituais.

Educar, no sentido que o termo exige, é desenvolver, cultivar, fazer brotar, elevar, fazer crescer, não de maneira unilateral, mas de forma integral, para que o educando possa ser o cidadão honrado que todos desejamos encontrar na sociedade da qual fazemos parte.

E para que se atinja esse grandioso objetivo será preciso, antes de tudo, duas premissas básicas: amor e auto-educação. Amar para educar e auto-educar-se para amar. Esse binômio: amor e auto-educação deverá ser o denominador comum para pais e mestres.

Aos pais não basta amar, é preciso que seu amor seja firme, sem tirania, e terno, sem pieguice. Aos mestres não basta instruir, transmitir informações áridas, sem o real enriquecimento do conteúdo com o tempero do afeto.

É preciso que haja uma conjugação de forças entre pais e mestres para que se logre êxito na reforma moral da humanidade... Para que se possa ver o despontar da verdadeira aurora do terceiro milênio...
É preciso que o ser humano passe a ser o tesouro mais valioso do planeta, para que entenda o papel que lhe cabe na obra do Criador.

É preciso que não se tente resumir o ser humano a uma simples máquina de fazer sexo, fabricar dinheiro, se projetar sob as luzes transitórias dos holofotes da fama. É preciso que se compreenda a realidade imortal do homem. É preciso que se entenda, de vez por todas, que o ser humano não é um amontoado de ossos e músculos, numa breve experiência espiritual. O homem é um ser espiritual, imortal, vivendo uma breve experiência num corpo carnal, frágil e perecível, que caminha na direção do túmulo.

E, por fim, é preciso que se viva como ser imortal, que terá que prestar contas dos seus atos à consciência cósmica e à própria consciência, assim que se desembaraçar da carne. Se pais e mestres, que geralmente também são pais, amassem para bem educar e se auto-educassem para amar, o panorama do mundo se transformaria em pouco tempo, para melhor.

Veríamos no lar, que é a primeira escola, as crianças aprendendo o respeito ao semelhante, a dignidade, a honradez, a liberdade intelectual, o respeito a si mesma e ao próximo. E, na escola, com mestres conscientes do seu nobre dever, aprenderiam as lições para iluminar o intelecto, mas sempre acompanhadas com os componentes do amor e da ternura.

Eis uma receita infalível...
Eis a solução para banir, definitivamente, a violência da face da Terra. Pense nisso!


A educação sem um propósito de transcendência é uma idéia vazia e estreita e pode sempre se tornar instrumento de manipulação dos poderes sociais.

Modelar uma estátua e dar-lhe vida é belo; modelar uma inteligência e dar-lhe verdade é sublime. (Victor Hugo)

 

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