Poesia "Cheiro de
relva"
Preste
atenção:
"Como é bonito estender-se no verão
As cortinas do sertão
Na varanda das manhãs
Deixar entrar pedaços de madrugada
E sobre a colcha azulada
Dorme calma a lua irmã
Cheiro de relva
trás do campo a brisa mansa
Que nos faz sentir criança
A embalar milhões de ninhos
A relva esconde as florzinhas orvalhadas
Quase sempre abandonadas
Nas encostas dos caminhos
A juriti madrugadeira da floresta
Com seu canto abre a festa
Revoando toda a selva
O rio manso caudaloso se agita
Parecendo achar bonita
A terra cheia de relva
O sol vermelho se esquenta e aparece
O vergel todo agradece
Pelos ninhos que abrigou
Botões de ouro se despedem dos seus galhos
São as gotas de orvalho
De uma noite que passou."
(Dino Franco & José Fortuna)
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