Sinais de maturidade
A gente não sabe ao certo quando a maturidade
chega nem como ela se instala, talvez porque seja de forma lenta e
quase imperceptível, mas de repente a gente se dá conta da prazerosa
sensação da maturidade.
A pessoa madura sente-se mais livre para
expressar pensamentos e sentimentos, dizer a sua verdade calma e
mansamente. Muitas vezes opta por não dizer nada ainda que esperem que
ela diga, e isto não lhe causa nenhuma culpa ou constrangimento.
A
pessoa madura sente-se contente consigo mesma, valoriza o longo trajeto
já percorrido e verifica que tanto as vitórias quanto as derrotas foram
necessárias para o seu crescimento e plenitude. Não se desespera quando
a vida parece dar uma longa pausa e aguarda com serenidade e otimismo as
novas circunstâncias ainda não configuradas no cenário de sua
existência.
A pessoa madura decididamente não faz tipo e se liberta de
vez da idéia: mas o que vão pensar de mim? Aprende a distinguir valores
essenciais dos valores supérfluos e descartáveis. Sabe que esta passagem
pela terra é rápida demais para ser desperdiçada com mazelas. Os sonhos,
projetos e ideais de uma pessoa madura são quase sempre exeqüíveis.
Contenta-se com o que tem, ajusta-se dentro do próprio orçamento, não
gasta mais do que ganha e faz algumas renúncias (de forma serena) em
prol de seu núcleo familiar ou de alguma causa que resulte no bem comum.
A pessoa madura se despoja dos melindres, se despe dos preconceitos,
deixa de ser reativa para ser pró-ativa. Aprende a gostar da própria
companhia, torna-se a melhor amiga de si mesma dando ao próprio “eu” os
contornos do equilíbrio. Conhece seus pontos fortes e fracos, sabe que
não tem todas as respostas nem é dona da verdade mas mantém um código
secreto de verdades e valores próprios que lhe permitem nortear-se, de
forma positiva, pelas diversas circunstâncias da vida.
A pessoa madura
não aparenta ser. Ela é! Ela é alguém que fez um "clean-up", passou o "desfragmentador"
no seu "disco rígido" e deu "del" em centenas de arquivos inúteis que
atravancavam e emperravam o livre fluxo da própria existência. Ela é
alguém que está em paz consigo mesma.
(Fátima Irene Pinto)
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