Conflito entre
essência e
aparência impede felicidade
Existem
coisas que nós só aprendemos depois que as vivemos.
Na adolescência temos a idéia de que vamos descobrir um jeito
especial de viver, de forma que só teremos prazer e felicidade.
Quando OS problemas aparecem, ficamos desesperados.
No começo, a tendência é culpar sempre OS outros;
responsabilizamos OS pais, o ser amado, OS chefes;
depois culpamos a nós mesmos e ficamos procurando o que está
errado conosco, o tempo todo.
É um período em que vivemos depressivos, pois não conseguimos
encontrar nada de bom em nós mesmos.
Em seguida percebemos que a felicidade é um jeito de viver a vida,
não simplesmente uma coleção de momentos felizes, mas uma postura
de compreensão diante dos acontecimentos de nossa vida.
Uma forma de entender que o sofrimento é inevitável.
Assim como o prazer também o é.
De um jeito ou de outro, eles vão aparecer, apesar DA nossa maneira
de administrar nossas vidas, porque viver é uma longa caminhada
por entre desertos e oásis, mistérios que a existência prepara para vivermos,
diversos pratos exóticos para saborearmos e, através deles, nos descobrirmos.
Mas o fato de saber que existe uma viagem preparada para nós não implica pensar em acomodar-se na vida, desanimar, desistir, porque,
por outro lado, exige-se força para realizar a nossa missão no planeta.
O ser humano é parte de todo o universo e, certamente, não é o seu criador
e muito menos o seu dono.
Essa postura através dos tempos, de senhor todo-poderoso,
tem custado ao homem um constante sentimento de impotência e desânimo,
porque ele acaba se isolando DA realidade, DA consciência do universo.
Esteja certo: tudo o que aconteceu foi perfeito!
Esse foi o caminho que a existência encontrou para nos ensinar
tantas coisas que precisávamos aprender.
As pessoas esquecem que tudo é temporário, inclusive a nossa
permanência no planeta.
Na tentativa de garantir que algo fique do jeito que nós planejamos,
fazemos loucuras, negamos tanta coisa e não percebemos o que realmente está
acontecendo.
Negamos a nossa própria capacidade de ver, para garantir um sonho;
negamos a nós mesmos, aos outros, negamos aquilo que é real,
para manter a ilusão de que o sonho continua...
Vivemos num mundo de aparências, em que representamos ter todas
as respostas e certezas, nos afastando de nossa essência.
O duelo entre a essência e a aparência.
O drama é que, hoje em dia, o mundo exige que as pessoas busquem freneticamente pelo sucesso, e o menor deslize pode ser punido com o desprezo. Parece que, se a pessoa não for sensacional em tudo o que faz, será um
perdedor.
E mais: nesse mundo de aparência e ostentação, em que o dinheiro está sendo
mais valorizado do que OS sentimentos, as pessoas se encontram
mas não se relacionam, trabalham mas não se realizam e, principalmente,
vivem sem conhecer a própria alma.
(Roberto
Shinyashiki)
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