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Carência Afetiva
A carência afetiva é um mal que atinge todas as faixas etárias, culturas e
classes sociais. É pior que a gripe, que vem e vai embora, ou uma doença que
mata de vez. É um mal que consome as pessoas devagarzinho. A indiferença da
sociedade atual face aos problemas do mundo, faz com que as pessoas sintam-se
sozinhas e carentes. Preferimos fechar os olhos ao que se passa ao nosso redor
(fora dele!) do que enfrentar a realidade da vida dos outros, dos seus
problemas.
Há cada vez mais pessoas solitárias enquanto a população cresce. As pessoas têm
sede de amor. O problema é que raramente querem ser fonte. E nessa engrenagem há
muita gente infeliz. Então corre-se de um lado para o outro, alguns tentam achar
compensação a nível profissional, outros em religiões, crenças e seitas. A
internet também faz parte desse mundo. Fecha-se aqui, procura-se amores,
amizades e certezas de que alguma coisa ainda existe capaz de compensar a falta
de afeto.
E enganam-se. Recebemos muito desse mundo virtual, mas não o bastante para sanar
nossas feridas e abrir nossos olhos para o que se passa no universo. Existe uma
vida real! Quando Jesus andou na terra, tenho certeza que não precisava de nada.
Ele era auto-suficiente. Apesar disso, viveu tudo: Ele andou, trabalhou, se
entristeceu, chorou, sentiu fome, angústia, dor, morreu e ressurgiu. E vivendo
tudo isso, amou. Amou até o fim, até pedir perdão para os que o crucificaram.
E tudo o que Ele viveu, foi para nos mostrar o exemplo. De nada serviria se Ele
tivesse pregado e não vivido o que ensinava. Como nós. Mais que falar,
precisamos viver. O dia que as pessoas compreenderem que a solução está dentro
delas, então o mundo terá uma chance de sair desse caos. Se você quer ser amado,
ame! Quer receber um sorriso? Sorria! Quer receber e-mails? Mande! Quer carinho?
Dê ternura até não agüentar mais. Quer atenção? Seja atencioso!
Talvez não funcione imediatamente. É um remédio que precisa de um tempo para
começar a fazer efeito. Mas, quando você estiver curado interiormente, vai ser
outra pessoa, de maneira tal que será impossível não receber de volta a
felicidade que espalhou. Temos a mania de querer comprar tudo. Mas muitas coisas
da vida precisamos plantar, cuidar, esperar pacientemente e colher. Nem tudo se
vende e se compra ou se acha gratuitamente e afeto faz parte dessas raras
coisas.
Não amamos a Deus por que Ele nos amou primeiro? Então, vivamos de maneira que
possamos ser os primeiros a dar afeto, amor, atenção. Sejamos os antídotos do
ódio e da indiferença, sem esperar que os outros o sejam. Tudo o que virá após,
será compensação. Estaremos contribuindo assim para uma sociedade mais justa e
mais humana.
(Letícia Thompson)
www.rivalcir.com.br
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