Dizem que isto aconteceu em um mosteiro chinês muito tempo atrás.
Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou:
- Mestre, por que devemos ler e decorar a Palavra de Deus se nós
não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo?
Somos obrigados a constantemente decorar de novo o que já
esquecemos.
O mestre não respondeu imediatamente ao seu discípulo. Ele ficou
olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao
discípulo:
- Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto
de água e traga até aqui.
O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a
ordem do mestre, mas, mesmo assim, obedeceu. Pegou o cesto, desceu
os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o
cesto de água e começou a subir de volta. Como o cesto era todo
cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o
mestre já não restava nada. O mestre perguntou-lhe:
- Então, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente:
- Aprendi que cesto de junco não segura água.
O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo de novo.
Quando o discípulo voltou com o cesto vazio novamente, o mestre
perguntou-lhe:
- Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu?
O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:
- Que cesto furado não segura água.
O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a
tarefa. Depois da décima vez, o discípulo estava
desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias.
Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo:
- Então, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado:
- O cesto está limpo! Apesar de não segurar a água, a repetição
constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo.
O mestre, por fim, concluiu:
- Não importa que você não consiga decorar todas as passagens
da Bíblia que você lê, o que importa, na verdade, é que no
processo a sua mente e a sua vida ficam limpos diante de Deus.