O jovem e recém casado casal estava feliz. Ele, dedicado empregado de uma
boa empresa, crescia profissionalmente. Ela, dedicada dona de casa, à
tarde sempre recebia o marido com muito carinho, a casa sempre limpa e um
bela refeição.
Já tinham conseguido comprar sua própria casa e, agora, planejavam
"providenciar" o herdeiro.
Certo dia, ao chegar no escritório, o marido encontrou sobre sua mesa, um
bilhete anônimo que dizia:
"Tome cuidado! Sua esposa está lhe traindo!"
Sem entender e sem acreditar, nem comentou com sua esposa. Mas guardou o
bilhete e a semente da dúvida foi plantada.
Passado alguns dias, ele encontrou um novo bilhete sobre sua mesa.
"Estou lhe avisando. Tome cuidado com sua esposa. Ela não é a
'santinha' que você acredita. Eu a vi entrando em uma casa de prostituição
acompanhada de um homem bem mais velho." Dizia este novo bilhete,
também anônimo.
Novos bilhetes ele encontrou e à todos quase ignorou. Apenas os guardou.
Eis então, que um "colega" de trabalho, muito seu
"amigo", resolveu assumir a autoria dos bilhetes e disse,
- Olha, tenho tentado lhe avisar. Sua esposa está lhe traindo. Eu a vi
recebendo o tal senhor, bem mais velho que ela, em sua própria casa. Ela
o recebeu pela porta da cozinha. Trocaram abraços e carícias. Depois ele
entrou e, passado algum tempo, saíram e foram até uma casa de prostituição.
Você vive dizendo que sua esposa é ótima, que é isso, que é aquilo. A
coisa não é bem assim, meu amigo.
E tanto disse que deixou o jovem bastante perturbado. Ele foi para casa,
entrou sorrateiramente, mas não encontrou a esposa em casa.
Mais perturbado ainda, saiu perambulando pela cidade, principalmente em
região onde havia casas de prostituição. Passou por uma loja de armas e
fez a besteira de comprar uma.
Duas horas de busca, resolveu voltar para casa. Novamente, entrou
sorrateiramente, pé ante pé... Percebeu que sua esposa estava no quarto.
A porta ligeiramente aberta, não permitia ver o interior, mas deu para
ouvir ela dizer,
- Oh meu amor. Como esperei por este dia... Agora, nada nos separará!
Ele não esperou mais. Empunhando a arma, deu um chute na porta e atirou.
O tiro certeiro, matou a jovem esposa e o belo cachorrinho que ela tinha
ao colo.
E ele, muito tarde, foi informado que ela estava há dias esperando o
cachorrinho desmamar para levá-lo para casa. Ficou sabendo também, que
um tio de sua esposa, homem dedicado ao bem, gostava de ajudar
prostitutas.
- Estas mulheres sofrem muito com esta coisa de vender o próprio corpo
para sobreviver. Costumava dizer o tio.
E a jovem esposa, que amava o tio, tinha passado a acompanhá-lo nas
visitas fraternais que fazia.
E foi assim que terminou a história de um feliz casal, vítima da maledicência,
principal munição do órgão mais perigoso do corpo humano: a língua,
que pode ser ferramenta de construção ou de destruição; de carinho,
afeto e amor ou de ódio, vingança e morte. É muito importante saber usá-la.
Maktub
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