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Historia de amor
John Blanchard levantou do banco, endireitando a jaqueta de seu uniforme e
observou as pessoas fazendo seu caminho através da Grand Central Station.
- Ele procurou pela garota cujo coração
ele conhecia mas o rosto não; a garota com a rosa. Seu interesse por ela havia
começado trinta meses antes, numa livraria da Flórida.
Tirando um livro da prateleira,
ele se pegou intrigado, não com as palavras do livro, mas com as notas feitas
á lápis nas margens. A escrita suave refletia uma alma profunda e uma mente
cheia de brilho. Na frente do livro, ele descobriu o nome do primeiro proprietário:
Srta. Hollis Maynell.
Com tempo e esforço ele localizou
seu endereço. Ela vivia em New York City. Ele escreveu a ela uma carta,
apresentando-se convidando-a corresponder-se com ele. Na semana seguinte ele
embarcou num navio para servir na II Guerra Mundial.
Durante o ano seguinte, mês
a mês eles desenvolveram o conhecimento um do outro através de suas cartas.
Cada carta era uma semente caindo num coração fértil. Um romance de
companheirismo.
Blanchard pediu uma fotografia,
mas ela recusou. Ela queria que ele realmente se importasse com ela, não
importando como ela era, ou sua aparência. - Quando finalmente chegou o dia em
que ele retornou da Europa, eles marcaram seu primeiro encontro - 7:00 da noite
na Grand Central Station em New York. "Você me reconhecerá",
ela escreveu, "pela rosa vermelha que estarei usando na lapela".
Então, ás 7:00 ele estava na
estação, procurando por uma garota cujo coração ele amava, mas cuja face ele
nunca havia visto. Vou deixar o Sr.Blanchard dizer-lhe o que aconteceu: "Uma jovem aproximou-se de
mim. Sua figura era alta e magra. Seus cabelos loiros caíam delicadamente sobre
os seus ombros, seus olhos eram verdes como água. Sua boca era pequena e seus lábios
carnudos, e seu queixo tinha uma firmeza delicada. Seu traje verde pálido era
como se a primavera tivesse chegado. Eu me dirigi a ela, inteiramente
esquecido de perceber que ela não esta usando uma rosa. Como eu me movi em sua
direção, um pequeno, provocativo sorriso, curvou seus lábios. "Indo para
o mesmo lugar que eu marinheiro?", ela murmurou.
Quase incontrolavelmente dei um
passo pra junto dela, e então eu vi Hollis Maynell. Ela estava parada quase que
exatamente atrás da garota. Uma mulher já passada dos 50 anos, ela tinha seus
cabelos grisalhos enrolados num coque sobre um chapéu gasto.Ela era mais que gorducha, seus pés
compactos confiavam em sapatos de saltos baixos. A garota de verde seguiu seu
caminho rapidamente. Eu me senti como se tivesse sido dividido em dois, tão
forte era meu desejo de segui-la e tão profunda era o desejo por aquela mulher
cujo espírito verdadeiramente me acompanhara e me sustentara através de todos
as minhas atribulações.
E então ela parou. Sua face pálida e gorducha era delicada e sensível, seus
olhos cinzas tinham um calor e simpatia cintilantes. Eu não hesitei. Meus dedos
seguraram a pequena e gasta capa de couro azul do livro que a identificou para
mim. Isto podia não ser amor, mas poderia ser algo precioso, talvez mais que
amor, uma amizade pela qual eu seria para sempre cheio de gratidão. Eu inclinei meus ombros,
cumprimentei-a mostrando o livro para ela, ainda pensando, enquanto falava, na
amargura do meu desapontamento. "Sou o Tenente John Blanchard, e você deve
ser a Srta. Maynell. Estou muito feliz que tenha podido me encontrar. Posso lhe
oferecer um jantar?"
O rosto da mulher abriu-se num
tolerante sorriso. "Eu não sei o que está acontecendo", ela
respondeu, "aquela jovem de vestido verde que acabou de passar me pediu
para colocar esta rosa no casaco. E ela disse que se você me convidasse pra
jantar, eu deveria lhe dizer que ela está esperando por você no restaurante de
esquina. E ela disse que isso era um tipo de "TESTE"!
Não parece difícil, pra mim,
compreender e admirar a sabedoria da Srta. Maynell. A verdadeira natureza do coração
de uma pessoa é vista na maneira como ela responde ao que não é atraente!!
Maktub
2202
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