Para cada um de nós, existe alguma pessoa
especial. Muitas vezes, existem duas, três, ou mesmo quatro.
Todas vêm de gerações diferentes.
Atravessam oceanos de tempos e profundidades
celestiais para estarem conosco novamente. Vêm do outro lado do céu. Podem parecer
diferentes, mas nosso coração as reconhece.
Nosso coração as abrigou em braços em
tempos antigos. Marchamos juntos nos exércitos de generais guerreiros que a
História esqueceu, e vivemos com elas nas cavernas cobertas de areia dos
Homens Antigos.
Há entre eles e nós um laço eterno, que
nunca nos deixa sós.A nossa mente pode interferir. "Eu não te conheço".
Mas o coração sabe. Ele toma a nossa mão pela 'primeira' vez, e a
lembrança
daquele toque transcende o tempo e faz disparar uma corrente que percorre todos os átomos do nosso ser.
Ela olha em nossos olhos e vemos um espírito
que nos vem acompanhando há séculos. Há uma estranha sensação em nosso estômago.
Nossa pele se arrepia. Tudo o que existe fora desse momento perde a importância.
Ele pode não nos reconhecer, muito embora
tenhamos finalmente nos reencontrado, embora o conheçamos. Sentimos a ligação.
Vemos o potencial, o futuro. Mas ele não o vê. Temores, racionalizações,
problemas cobrem-lhe os olhos com um véu.
Ele não permite que afastemos o véu.
Choramos e sofremos, mas ele se vai. A
'natureza' tem seus caprichos. Quando os dois se reconhecem, nenhum vulcão
é capaz de explodir com força igual.
O reconhecimento do espírito pode ser
imediato. Uma súbita sensação de familiaridade, de conhecer aquela pessoa
em níveis mais profundos do que a mente consciente poderia alcançar. Em níveis
geralmente reservados aos mais íntimos membros da família. Ou ainda mais
profundos. Sabemos intuitivamente o que dizer, como ele
vai reagir. Um sentimento de segurança e uma confiança muito maior do que
se poderia atingir em apenas um dia, uma semana ou um mês.
O reconhecimento da alma pode ser sutil e lento.
Um despertar da consciência à medida
em que o véu vai aos poucos levantando. Nem todos estão prontos para ver
imediatamente.Há um ritmo nisto tudo, e a paciência pode
ser necessária àquele que percebe primeiro.Um olhar, um sonho, uma lembrança, uma sensação
podem fazer com que despertemos para a presença do espírito.
O toque de suas mãos ou o beijo de seus lábios
pode nos despertar e projetar-nos subitamente de volta à vida.O toque que nos desperta pode ser de um
filho, de um pai, de uma mãe, de um irmão ou de um amigo leal. Ou pode ser
da pessoa a quem amamos, que atravessa os séculos para nos beijar mais uma
vez e lembrar-nos de que estamos juntos sempre, até o fim dos tempos.
(Do livro Só o Amor é Real-Brian
Weiss Brian Weiss)
2030
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