Sempre podemos encontrar motivos para nos sentirmos descontentes, se
quisermos. Podemos, também, encontrar argumentos para nos considerarmos
afortunados por estarmos vivos. Tudo depende da maneira como cada um vê a
existência.
Era uma vez um cavalo que, em pleno inverno, desejava o regresso da
primavera. De fato, ainda que agora descansasse tranqüilamente no estábulo,
via-se obrigado a comer palha seca.
- Ah, como sinto saudades de comer a erva fresca que nasce na primavera!
dizia o pobre animal.
A primavera chegou e o cavalo teve sua erva fresca, mas começou a
trabalhar bastante porque era época da colheita.
- Quando chegará o verão? Já estou farto de passar o dia inteiro
puxando o arado! lamentava-se o cavalo.
Chegou o verão, mas o trabalho aumentou e o calor tornou-se muito forte.
- Oh, o outono! Estou ansioso pela chegada do outono! dizia mais uma vez o
cavalo, convencido de que naquela estação terminariam seus males.
Mas no outono teve que carregar lenha para que seu dono estivesse
preparado para enfrentar o inverno. E o cavalo não parava de queixar-se e
de sofrer.
Quando o inverno chegou novamente, e o cavalo pode finalmente descansar,
compreendeu que tinha sido fantasioso tentar fugir do momento presente e
refugiar-se na quimera do futuro. Esta não é a melhor forma de encarar a
realidade da vida e do trabalho.
É melhor descobrir o que a vida tem de bom momento a momento, vivendo o
presente da melhor forma possível.