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Perdas e danos
Quando eu perdi o seu amor,
achei que o mundo iria acabar, senti meus pés gelados, a boca seca, tontura e náuseas
eram companheiras diárias. O que era cor e amor, ficou cinza e raiva.
No começo, senti muita raiva de mim mesmo, porque eu acreditava que havia feito
algo de errado, e eu tinha que achar um erro, uma culpa, afinal, tudo acabou de
repente...
Depois de muitos dias de angústia e dor, senti um profundo medo, medo de recomeçar,
medo de nunca mais encontrar um verdadeiro amor. O que eu queria mesmo era você,
era a nossa velha situação de volta, o conforto e o conformismo de nosso
suposto amor, eu não acreditava em mais nada, e o pior de tudo, eu não
acreditava mais na minha capacidade de ser feliz.
Tranquei-me no meu quarto de
"egoísmo e desilusão", acreditei que só a dor seria minha companhia
daquele dia em diante, até que, não me lembro direito em que dia aconteceu um
fato que me marcou muito, foi o dia em que eu me encarei no espelho e me
surpreendi com olheiras, com o rosto amarelado, parecia doente.
Eu até então fugia do espelho, mas naquele dia eu tomei um susto muito grande ao perceber que
eu estava doente, e finalmente percebi que você não valia a minha saúde, a
minha vida e a minha paz.
Sai do quarto e comi com muito prazer tudo o que podia, depois de um banho
caprichado de mais de uma hora, me arrumei como se fosse a uma festa, coloquei
minha melhor roupa e sai para as ruas disposto a encontrar me com a alegria, em
cada esquina revia os amigos e abraçava-os com muito carinho.
Não queria mais
perder tempo com o "vazio" e procurei absorver o ar da tarde como se
nunca houvesse respirado antes. Olhei para o céu e reconheci a beleza daquela
tarde como se fosse a primeira tarde de minha vida. Quando senti que as lágrimas
banharam meu rosto, agradeci a Deus a oportunidade de voltar enxergar.
Hoje estou amando plenamente e
agradeço a você por ter saído de minha vida sem me avisar, porque só quando
eu te perdi é que me encontrei de verdade e pude conhecer o verdadeiro amor.
Beijo Azul
Paulo (meu
anjo)
1650
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