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Quando alguém encontra seu caminho, precisa
ter coragem suficiente para dar passos errados.

 
 

O Preço da cobiça

"Não  nos  tornemos  vangloriosos,  provocando-nos  uns  aos outros, invejando-nos uns aos outros" (Gálatas 5.26).

Jorge, um garoto de família abastada,  freqüentava  a  mesma escola de Artur - menino órfão que vivia com sua pobre  mãe. Os dois alunos eram aplicados. Aproximando-se o fim do  ano, Jorge notou que Artur estava conseguindo  melhores  notas e isso era uma séria ameaça à sua vaidade de concluir o  curso em primeiro lugar. Assim, começou a invejar  o  colega  e  a elaborar um plano para afastá-lo do  seu  caminho.  Desejava prejudicá-lo.

Certo dia, a professora anunciou que um aluno havia  perdido um relógio de estimação. Alguém havia tirado do bolso da sua blusa, enquanto estava brincando no galpão da  escola,  pois havia pendurado a blusa na pilastra e, quando  voltara  para pegá-la, notara que o relógio não estava mais lá. Depois  do anúncio, a professora revistou os  bolsos  e  as  pastas  de todos e não encontrou  nada.  
Pôs-se  então  a  examinar  as carteiras e foi encontrar o relógio exatamente  na  carteira de Artur.  Ao  ser  acusado,  o  menino  afirmou  de  cabeça erguida: "Eu  não  peguei  o  relógio,  pois estava  também brincando no galpão, juntamente com os colegas."

Entretanto, Jorge com seu grupo, já previamente  combinados, acusaram Artur, dizendo que na  semana  anterior  ouviram-no falar que gostaria de ganhar  um  relógio,  por  ocasião  da formatura. O menino não negou o fato de haver  falado  isto, porém, afirmava categoricamente que não  tirara  o  relógio. Todos ficaram contra ele e o pobre menino,  não  tendo  como provar sua inocência, acabou expulso da escola. 

A sua  pobre mãe ficou muito  triste,  mas  confiava  na  honestidade  do filho. Finalmente, com Artur fora da escola, Jorge  tirou  o primeiro lugar e recebeu a medalha de ouro.
Poucas  semanas  depois,  Jorge  caiu    enfermo    e    foi hospitalizado. Uma imediata  transfusão  de  sangue  se  fez necessária para lhe salvar a  vida.  Não  havendo  banco  de sangue, muitas pessoas  foram  convidadas  a  doarem  o  seu sangue e Artur voluntariamente se ofereceu para isto. Feitas as análises, concluiu-se que apenas  o  tipo  de  sangue  de Artur poderia ser usado e isto foi feito. 

Os pais  de  Jorge ficaram sensibilizados e, logo que o filho começou a reagir, contaram-lhe  o  que  havia  acontecido.  Ciente  do   gesto generoso de Artur, o garoto pediu para vê-lo. E, quando  ele chegou, Jorge estendeu-lhe a mão, dizendo:
- Fui desonesto com você, acusando-o só  para  afastá-lo  do meu caminho. Eu sabia que não conquistaria a medalha se você continuasse  na  escola,  e  apenas  por  isso  o  denunciei injustamente.

- Não diga mais nada. Eu sabia de tudo porque o vi tirando o relógio. Só não disse isto para que não perdesse o ano.  Fui o perdedor inocente mas o perdôo. Mamãe confiava  em  mim  e isto me deu forças para aceitar e  suportar  a  afronta  com dignidade.
- Ainda assim você deu o seu  sangue  para  salvar  a  minha vida?
- Dei, porque Cristo fez muito mais do que isto para  salvar a humanidade e, ao dar sua vida, Ele nos  ensinou  também  a perdoar até o inimigo.

Paulo Barbosa


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