O dia começou daquele jeito!
Dormiu mais do que devia e chegou atrasada no trabalho. Tudo o que aconteceu
no escritório contribuiu para deixá-la mais nervosa. No final do dia foi ao
ponto de ônibus para voltar para casa, em seu estômago um grande nó.
Como sempre, o ônibus chegou atrasado e lotado. Teve que ficar em pé pelo
corredor. O balanço do ônibus a jogava em todas as direções e sua amargura
aumentou ainda mais.
Então ouviu uma voz vinda lá da frente
- Dia bonito, não é?
Por causa da multidão, não podia ver o homem, mas o ouviu enquanto ele
continuava a comentar o cenário primaveril, chamando a atenção a cada marco
que se aproximava. Esta igreja. Esse parque. Este cemitério. O corpo de
bombeiros. Logo todos os passageiros estavam olhando através das janelas. O
entusiasmo do homem era tão contagiante que ela encontrou-se sorrindo pela
primeira vez naquele dia.
Chegou ao ponto onde desceria. Se moveu até a porta, e deu uma olhada para o
seu "guia": um velho senhor com barbas, usando desgastados óculos escuros e
carregando uma fina bengala branca.
(Tradução: Sergio Barros)
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