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Instinto de mãe
Aproximava-se o fim de minha primeira gravidez. Após um recente aborto, eu me
mantinha em repouso na cama. Não tinha muito a fazer exceto conversar com meu
bebê e apreciar seus movimentos. Cumprimentava-me a cada manhã, às nove em
ponto, como um relógio.Movia-se, dançava um pouco até encontrar uma posição
confortável.
Duas semanas antes da data, eu acordei e não senti nada. Um de meus livros
sobre gravidez dizia que isto poderia acontecer, assim tentei relaxar. Quando
meu marido saiu para o trabalho ainda não havia nenhum movimento, eu estava
realmente ansiosa. Assim liguei para o meu médico.
- Não se preocupe, estas coisas acontecem. Se oito horas se passarem sem
nenhum movimento, então nos preocuparemos. Foi sua resposta. Exatamente o que
o livro dizia. Foi quando meu "instinto de mãe" falou mais alto. Não me importava
o que os peritos diziam. Eu sabia que algo estava errado. Liguei novamente
para o médico. Disse-lhe que gostaria de ouvir as batidas do coraçãozinho.
Não me importava se todos pensassem que eu exagerava. Eu estava agindo pelo
instinto.
Meu marido encontrou-me lá no consultório. O ultra-som mostrou que o coração
do meu bebê estava batendo, firmemente mas fraco. Mostrou que seu coração
era a única coisa a se mover! Fui levada com urgência para o hospital. Eu apertei as mãos do meu marido durante toda a cirurgia. Finalmente ela
veio. O médico deu-lhe palmadas uma vez, duas vezes, outra vez. - Por favor, meu Deus, por favor não a leve.
E então deixou sair um lamento que foi o som mais bonito que já ouvi. Entre
lágrimas, nós beijamos nossa filha e demo-lhe boas-vindas ao mundo. Ela
tinha se enrolado no cordão umbilical, e se eu não tivesse agido, teríamos
perdido nosso bebê.
O que me fez agir? Foi o "instinto de mãe", o sexto sentido que as
mães tem sobre suas crianças. Eu agradeci a Deus por meu "instinto de mãe"
ter agido, mesmo antes que eu fosse oficialmente uma mãe, dizendo-me para
agir em socorro à minha filha. E minha Angélica? É agora uma saudável e preciosa garotinha de dez anos. E
sua história favorita na hora de deitar-se é: - Mãe, conta outra vez sobre quando eu nasci!
(Tradução de Sergio Barros)
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