Faça
de conta que você é um gerente
De RH
de uma grande empresa.
Um de seus recrutadores acaba de deixar
a seguinte ficha de avaliação sobre sua mesa.
NOME: Moisés
FILIAÇÃO: (Não conheceu os pais, que o abandonaram junto a um
rio. Foi criado por uma família rica. Acabou
abandonado de forma abrupta a casa dos pais adotivos.)
ESCOLARIDADE: parece ter tido algum tipo de educação formal,
porque é
bastante articulado.
MBA: nenhum
CURSOS DE NEGOCIAÇÃO: nenhum
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: tem girado pelo mercado, o que indica
dificuldade de ficar por muito tempo no mesmo lugar.
E-mail: não usa computador; afirma que o seu forte é a palavra
falada no
contato direto com o interlocutor.
APARÊNCIA: pouco asseada; usa uma barba longa e desgrenhada.
Se você fosse um profissional de RH padrão, o máximo que o Moisés
arranjaria na sua corporação seria uma posição de ascensorista ou
porteiro - e, ainda assim,desde que raspasse a barba e
prometesse
tomar banho todo dia.E, no entanto,veja só o que a ficha de avaliação
do seu recrutador não apontou e, portanto você desconsiderou:
- Moisés negociou com o faraó a libertação dos
Israelitas-600.000 homens,
mais mulheres e crianças- da escravidão do Egito.
- Conduziu e alimentou essas pessoas no deserto por 40 anos,
treinado-as
para vencer batalhas.
- delegou autoridade e poder para os chefes das tribos
- Contribuiu enormemente para a divulgação do nome e das doutrinas de um deus que, com o passar dos anos, veio a se tornar líder no mercado
de fiéis.
Preparou seu sucessor, Josué para continuar seu trabalho de construção
da nação de Israel.
Sabendo disso, e não sendo um gerente de RH padrão, você
dificilmente teria dúvidas quanto ao fato de estar diante de um profissional apto para
ser o principal executivo da sua companhia.
A alegoria que criei tenta mostrar o quanto o radar das empresas
pode
ser falho na hora de rastrear talentos no mercado.
Você dirá: "Moisés não vale. Ele teve
apoio e
patrocínio do Homem". Bem, se você,
como Moisés, acredita em Deus, tem o direito a ter o mesmo apoio
concedido a ele.Deus, como é bom e justo, não negaria a um filho
o que dá a outro.Agora, se você não
acredita
em Deus, tem de admitir que Moisés fez tudo aquilo com o suor do seu próprio rosto,
sem qualquer
apoio divino.
Em suma: dezenas de séculos antes do advento de Peter Drucker ou David Ogilvy, Moisés
consegui ser o maior administrador e o maior publicitário da História.
Claro que Moisés não sabia navegar na web. E muito menos falar inglês
fluentemente.Mas que executivo digital ou guru de gestão saberia
negociar com o faraó a libertação da força de trabalho escrava que era
a base da economia egípcia? Ou conduzir a pé , sem jatinhos
coffee
breaks , um povo faminto pelo Deserto?
Eis o ponto: Moisés tinha a substância. Coisa que a maioria das
empresas
não enxerga porque foca sua busca no domínio da ferramentas, em
alguém que reproduza a imagem que a empresa vão se olhar no espelho.
Um novo cenário corporativo no novo milênio só se consolidará se
asa organizações;e as pessoas que as compõe; mudarem seu procedimento e seu ângulo de
visão. Essa
mudança começa pelos recursos humanos.
Na prática, a maioria dos departamentos de RH opera assim :há uma
moldura rígida, chamada de "perfil desejado " e só entra
na empresa quem passar por ela.Só que, com mundialização e
digitalização
da economia, as relações serão cada vez mais um a um, ou seja,
cada
individual terá de ser tomado, analisado e incentivado como
um ser único.
Um batalhão de clones de gel e gravata pensando da mesma forma,
portanto, não é mais garantia de lucro.Especialmente quando essa política
fasta um Moisés. ë preciso rever as políticas de RH. E preparar melhor os
recrutadores para procurar - e achar - a essência de um profissional, o talento e a base instalada que poderá aplicar
com qualquer ferramenta que a empresa lhe fornecer.
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