O Escravo e o
Filósofo
Estava um paxá
cruzando o oceano
num leve navio,
quando desabou uma
terrível tempestade.
Um de seus escravos
persas, que
nunca estivera
no mar, começou a
chorar e gemer,
gritando com tanto
terror que ninguém
conseguiu
consolá-lo.
Por fim, o paxá
berrou, irritado:
- Não existe ninguém
a bordo que possa
acalmar este
covarde? Um
filósofo,
conselheiro do paxá
que o acompanhava na
viagem, disse: -
Com vossa licença,
senhor,
penso que poderia
acalmar este
homem.
- Pois tente – disse
o paxá.
O filósofo observou
o trêmulo escravo e
convocou alguns
marinheiros: -
Atirai-o na água.
Jogaram o escravo
no mar. Ele começou
a se afogar.
Debatia-se
desesperadamente, e
seus gritos eram
terríveis.
- Agora, içai-o –
disse o filósofo.
Os marinheiros
puxaram o escravo de
volta ao navio. Ele
se agarrou ao
convés, ofegante e
assustado, mas
silencioso. O paxá,
impressionado e
surpreso, perguntou
ao filósofo:
-
Como explicas isto?
Ao que o sábio
respondeu:
- Antes de ter uma
amostra de
afogamento, ele não
poderia apreciar a
abençoada segurança
de um navio.
Para os Anjos do
Paraíso, o
Purgatório é
Inferno; mas para os
condenados do
Inferno, o
Purgatório é o
Paraíso.
Bom dia!!
Bom dia!