Ao começar redigir este
texto não sei se vou
conseguir passar de forma
clara, a essência daquilo
que estou pensando porque há
um excesso de informações na
minha mente...acho que bem
maior do que o meu cérebro
pode suportar. Você já se
sentiu derrotado pelo
excesso?
E não se trata de algo que a
gente possa controlar,
administrar ou filtrar: é
uma marca registrada do
nosso tempo. No
trabalho por exemplo, os
informativos chegam aos
borbotões e há que se mudar
as regras do jogo num ritmo
desenfreado.
Não há fixação, não há
sedimentação, não há uma
estrutura gradativa no fio
condutor destas mudanças.Meu
cérebro,como auto defesa,
simplesmente emperra,
enquanto os que tentam
abarcar esta "onda-pororoca"
sucumbem ao estresse
profundo.
Observando crianças na
escola, percebo que elas são
sobrecarregadas de
trabalhos, pesquisas,livros
para ler, tendo ainda que
fazer inglês e computação
para não ficarem à margem da
vida.
Compadeço-me de meus
sobrinhos na faculdade. Após
a maratona insana do
vestibular, aguarda-os uma
outra maratona que lhes
rouba dias e noites de
sossego, de lazer e de sono.
Tão jovens e tão
estressados!
Fico me perguntando se a
vida não cobrará destas
crianças e destes jovens, a
infância e a juventude que
não estão podendo viver.
Sim,vivemos um tempo pautado
pelo excesso
e como conseqüência, pela
superficialidade.
Não se "forma" ninguém.
Apenas se "informa" e de
modo tão excessivo, que é
comum não se lembrar hoje,
das muitas informações que
se teve ontem. Não apenas
informações, mas neste nosso
tempo tudo se dá em larga
escala.
Você sai e fica aprisionado
no trânsito por excesso de
carros.
Você liga a tv e há canais
em excesso. Você liga o
rádio e se perde no meio das
estações. Você vai ao
shopping e se perde no
excesso de lojas e, se entra
nas lojas, você se perde no
meio das marcas.
Utensílios que você compra
hoje como sendo de última
geração, em pouco tempo se
tornam obsoletos. Se você
tem uma disfunção orgânica
há excesso de especialistas
e um sem par de exames - que
falta faz aquele antigo
clínico geral, médico da
família!
E mesmo os remédios que você
toma, são substituídos por
outros mais modernos ( e
mais caros), de última
geração. Aliás, é de praxe
hoje, tomar uma quantia
excessiva de remédios para
algo que poderia ser
resolvido com um chá caseiro
e um pouco de repouso.
Se você vai ao banco pagar
uma conta ou ao correio
postar uma carta, você perde
a calma na fila
interminável.
Estou citando exemplos que
estão vindo à mente mas com
certeza, o leitor/a
completará a lista com
outras tantas menções ao
tema a que me reporto. Até
já sei. Você deve ter
pensado num excesso
esmagador: impostos! Ou
talvez no excesso de
políticos corruptos. -
Cala-te boca!
Então,
para fugir dos excessos do
mundo lá fora, ou ao menos
dar uma pausa, você vem para
o Micro e, com certeza, há
uma imensa possibilidade de
você ser derrotado pelo
excesso de programas,
e-mails, sites, chats, spans
e amizades virtuais
que, exatamente pelo
excesso, têm o mesmo teor de
superficialidade, com
raríssimas exceções.
Resista bravamente, afinal
aqui ainda é o seu local
preferido!Mas... se você
sucumbir, cantarole comigo a
canção que entôo neste
momento:
"Eu
queria ter na vida
simplesmente.
Um lugar
de mato verde, pra plantar e
pra colher.
Ter uma
casinha branca de varanda.
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer."
Bom dia!!