Carta a um filho rebelde
Meu filho, esta mãe contra quem você se
rebela tantas vezes por lhe impor limites e
disciplina; esta mãe a quem você interrompe com
rudeza, antes mesmo que ela possa concluir o que
estava tentando lhe dizer;
esta mãe
a quem você culpa por tudo e sobre quem você despeja
a sua ira, toda vez que o mundo lá fora não lhe
sorri; esta mãe cujos carinhos você repele porque
agora acha-se adulto e não quer mais ser tratado
como criança;
esta mãe
de quem você sempre cobrou um pai, sem ater-se ao
fato de que ela desdobrou-se para ser mãe e pai ao
mesmo tempo, educando-o e provendo-o.
É A
MESMA MÃE QUE:
De bom
grado renunciou a si mesma para que nada lhe
faltasse!
É a
mesma que sorri e contemporiza para desanuviar o
ambiente nas suas horas de desatino, sem que você
perceba as lágrimas que escorrem por dentro.
É a
mesma que espera você dormir para afagar sua cabeça
e orar na cabeceira de sua cama. Sabe, meu filho, eu
o perdôo porque todas as mães são puro amor e
perdão.
Porém,
meu filho, eu não poderei impedir que, bem lá na
frente, você queira desesperadamente voltar no tempo
para dizer:
-
Obrigado, Mãe!
- Eu te
amo, Mãe!
Tomara,
meu filho, que eu ainda esteja por aqui para receber
o seu abraço.
(Fátima Irene Pinto)