Para ler quando estiver
sozinho
Eu tinha 13 anos. Por
necessidades do trabalho de meu pai, nos mudamos
para uma cidade muito longe de onde eu nasci e
cresci. Me tornei um adolescente
problemático.
Sempre irritado e
rebelde, sem nenhuma consideração por qualquer
coisa que meus pais falassem ou fizessem por mim.
Assim como muitos adolescentes, me esforcei para
fugir de tudo que não combinasse com meu jeito de
ver o mundo. Rejeitei qualquer oferta de amor. De
fato, eu me irritava com a simples menção da
palavra amor.
Uma noite, após um dia
particularmente difícil, fui para o meu quarto,
fechei a porta e pulei na cama. Quando, na
privacidade de minha cama, coloquei minhas mãos
sob o travesseiro, encontrei um envelope. Puxei-o
e no envelope estava escrito: "Para você ler
quando estiver sozinho".
Já que eu estava
sozinho, ninguém saberia se eu li ou não, assim eu
o abri. Estava escrito:
"Mike, eu sei que sua
vida está difícil agora, eu sei que você está
frustrado e eu sei que nós não fazemos as coisas
certas.
Mas sei também que te amo muito e
nada do que você faça ou diga mudará isso. Estarei
sempre aqui se você precisar conversar, e se você
não quiser, tudo bem. Saiba apenas que não importa
onde você vá ou o que você faça de sua vida,
sempre irei te amar e estarei orgulhosa em tê-lo
como meu filho.
Estou aqui por você e
amo você, e isso nunca mudará.
Com amor,
Mamãe."
Aquele foi o primeiro de diversos
bilhetes "Para você ler quando estiver
sozinho".
Hoje viajo pelo mundo, fazendo
palestras, procurando ajudar as pessoas. Certa
vez, ao final de um seminário, uma senhora me
procurou e contou sobre as dificuldades que tinha
com seu filho. Caminhamos pela praia, e eu lhe
contei sobre o eterno amor de minha mãe e sobre
o
"Para você ler quando estiver
sozinho". Semanas mais tarde, eu recebi um cartão
onde ela contava que tinha escrito sua primeira
carta e deixado para seu filho.
Naquela noite
quando fui para a cama, coloquei minhas mãos sob
meu travesseiro e lembrei do relevo que sentia
cada vez que recebia uma carta. No meio de meus
turbulentos anos de adolescência, as cartas foram
a garantia que eu poderia ser amado apesar de
tudo.
Antes de adormecer, agradeço à
Deus que minha mãe tenha sabido tudo o que eu, um
irritado adolescente, precisava. Hoje, quando os
mares da vida começam uma tempestade, eu sei que
debaixo de meu travesseiro há essa garantia de que
o amor - amor consistente, vigilante e
incondicional - trará a calmaria.
Bom dia!!!
(Mike Staver)