As pessoas entram em nossa  vida por acaso,
mas não é por acaso que elas permanecem.
(Lilian Tonet)

 
 
 

                             
VOCÊ DIZ: EU TE AMO?

Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogando bolinhas de gude.  Quando Júlio, o menino mais novo, disse ao irmão Ricardo:    

- Meu querido irmão, eu te amo muito e nunca quero me separar de você!
Ricardo, sem dar muita importância ao que Júlio disse, pergunta:  
- O que deu em você moleque?  
- Que conversa besta é essa de amar?

- Quer calar a boca e continuar jogando?

E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer. À noite, o senhor Jacó, pai dos garotos, chegou do trabalho. Estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante. Ao entrar, Jacó olhou para Júlio, que sorriu para o pai e disse:

- Olá Papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor! Jacó, no auge de seu mal humor e stress, disse:       - Júlio, estou exausto e nervoso.
Então, por favor, não me venha com besteiras!

Com as palavras ásperas do pai, Júlio ficou magoado e foi chorar no cantinho  do quarto.  Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do filho foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho  do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas. Dona Joana, espantada, começou

a enxugar as lágrimas do filho. E perguntou:  
- O que foi, Júlio? por que choras?
Júlio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:     - Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora! Dona Joana sorriu para o filho e lhe disse:

- Meu amado filho, ficaremos sempre  juntos!
Júlio sorriu, deu um beijo na mãe e foi deitar-se.
No quarto do casal, ambos se preparando  para se deitar,
Dona Joana pergunta para seu marido Jacó:

- Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha?
Jacó, muito estressado com o trabalho,
disse à esposa:
- Esse moleque só está querendo chamar
a atenção...Deita e dorme mulher!

Então, todos se recolheram e todos dormiam sossegados. Às duas horas da manhã, Júlio se levanta e vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando-odormir... Ricardo, incomodado com a claridade, acorda e grita com Júlio:

- Seu louco, apaga essa luz e me  deixa dormir! Júlio, em silêncio, obedeceu o irmão, apagou a luz e se dirigiu  ao quarto dos pais...  Chegando lá, acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormirem.  O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:
- O que aconteceu Júlio?
Júlio, em silêncio, só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo  ao pai que nada havia ocorrido. Daí o senhor Jacó, irritado, perguntou  ao Júlio:      

- Então, o que foi, moleque?
Júlio continuou em silêncio. Jacó, já muito irritado, berrou com Júlio: - Então vai dormir seu doente! Júlio apagou a luz do quarto, dirigiu-se ao seu quarto e se deitou. Na manhã seguinte todos se levantaram cedo. O senhor Jacó iria trabalhar, a dona

Joana levaria as crianças à escola. E Ricardo e Júlio... Mas Júlio não se levantou. Então, o senhor Jacó, que já estava muito irritado com Júlio, entra bufando no quarto do garoto e grita:      
- Levanta, seu moleque vagabundo! Júlio nem se mexeu. Então, Jacó avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado, pronto para lhe dar um tapa, quando percebe que Júlio estava com os olhos fechados, e que estava

pálido. Jacó, assustado, colocou a mão sobre o rosto de Júlio e pôde notar que seu filho estava gelado. Desesperado, Jacó gritou, chamando a esposa e o filho Ricardo, para verem o que havia acontecido com Júlio... Infelizmente

o pior. Júlio estava morto e sem qualquer motivo aparente. Dona Joana, desesperada, abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto  chorar. Ricardo, desconsolado, segurou firme a mão do irmão e só tinha

forças para chorar. Jacó, em desespero, soluçando e com os olhos cheios  de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos  de Júlio. Jacó, então, pegou o pequeno pedaço de papel. E havia algo escrito com a letra de Júlio.


 - "Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho.  Disse a mim que, apesar de amar minha família e de ela me amar, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo.

Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa:

- Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão.
- Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo.
- Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver.       - Eu amo todos vocês!"

Quantas  vezes não temos tempo para parar e amar, e receber o amor que nos é ofertado? Talvez quando acordarmos possa ser tarde demais... Mas ainda há tempo!

Bom dia!!

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