A viúva Dona Adélia Fora linda e muito rica, Ajaezada de
jóias na fazenda de Benfica.
Mas tudo via em mudanças, desde a morte do marido:
Fazenda, granjas e terras, tudo ela havia perdido.
Tinha dois filhos adultos, Liberato e Constantino.
O primeiro - jogador; o segundo - libertino.
Gastavam dinheiro a rodos, sob avais e mais avais.
Quando a viúva acordou, tinha assinado demais.
Perdera fazenda e terras, as jóias que possuía,
todo o crédito bancário e a casa de moradia...
Os dois filhos lhe arranjaram duas estreitas salinhas
onde moravam com ela um gato e duas galinhas.
Comiam do que lhes dessem, por simpatia e bondade,
as pessoas de visita, em nome da caridade.
Os filhos, porém, notaram que ela guardava, com gosto,
um cofre, sob disfarce, num travesseiro bem posto.
Certo dia, com malícia, perguntou-lhe o Liberato:
-"Mãezinha, o que há no cofre, que recebe tanto trato?"
Ela apenas respondeu, mostrando certo cuidado:
-"Neste cofre, tenho o resto do meu dinheiro guardado."
Desde esse dia, a viúva teve os filhos ao redor.
Ela, as galinhas e o gato comeram muito melhor.
Vários anos se passaram, com melhoria e regalo:
os filhos olhando o cofre e ela, sempre a resguardá-lo.
Em luminosa manhã, os moços, abrindo a porta,
estremeceram de susto: Dona Adélia estava morta!
Guardaram o cofre, às pressas, trouxeram médico e gente...
e, ao fim do dia, lhe deram funeral sóbrio e decente.
Ambos, sozinhos, à noite, abriram o cofre, enfim... O cofre só tinha conchas
e um bilhete escrito assim:
"Filhos do meu coração, Meus filhos que tanto amei:
Perdoem se nada tenho! Tudo o que eu tinha, eu lhes dei...
Mas agora, se desejam Ouro e mais ouro a rolar,
Aceitem o meu conselho: Cada um vá trabalhar!"
Bom dia!!!
Maktub
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