A hora mais escura da noite é justamente aquela que
                     nos permite ver melhor as estrelas.
(Charles A. Beard)

 


                                                       O CD

Era uma vez...

Um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos 
e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe. Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de  uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e  beleza. Foi amor a primeira vista.

 

Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. 
Quando o  viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajuda-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção 
foi tão forte que  ele  mal conseguiu dizer que queria comprar um CD.

 

Pegou o primeiro que  encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse

- Esse aqui.

- Quer que embrulhe para presente, perguntou a garota sorrindo e ele só mexeu com a cabeça para dizer que sim. Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina. Daquele dia em diante, todos as tardes voltava a loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem nem abrir.

 

Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convida-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chamá-la para sair. m dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulha-lo.

Quando ela não  estava  vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja  correndo. No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota  perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou  a chorar e disse:

- Então, você não sabe? Faleceu essa manhã.

 

Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e 
ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados. 
Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao faze-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:

- Você e muito simpático, não quer me convidar para sair? Eu adoraria.

 

Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que 
dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem 
de carinho
e a esperança de conhecer aquele rapaz. 

Assim e a vida: não espere demais para dizer a alguém especial 
aquilo que você sente. Diga-o já; amanhã pode ser muito tarde.


Bom dia!!!

Maktub
2208

 

 

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