Damião é um humilde lavrador, proprietário de um diminuto quinhão
de terra. Quando os primeiros fulgores da aurora rompem o espaço,
diluindo as derradeiras sombras da noite, ele já está de pé,
aguardando apenas que a luz do sol abra de uma vez as portas do
novo dia, para que ele possa dar continuidade ao sagrado mister de
lavrar a terra.
Dias antes a terra foi arada, depois uma chuva macia caiu como uma
dádiva para umedecer o solo ressequido. Agora era só plantar,
lançando a semente sobre o campo, para que a natureza, com seus
dons prodigiosos, ajudasse como por encanto fazer crescer as
plantas e produzir a valiosa messe.
De todo o mantimento que viesse a ser colhido, apenas uma ínfima
parte seria destinada e consumida pela família de Damião. Por
isso, ele não semeava somente para si, plantava também para que
o próximo pudesse comprar o seu alimento. Esse é o valor de quem
semeia, não só a terra franca e boa, mas todas as coisas
virtuosas do mundo.
À tarde, quando o sol declina no horizonte e cerra as cortinas de
mais um dia que passa, Damião retorna cansado ao lar para o justo
repouso, levando no peito a satisfação e a ventura dos que
edificam as boas coisas, a esperança de conseguir a colheita
compensadora que a terra fértil lhe dará em breve.
Assim são os bons semeadores!
A cada semeadura realizada, quer na terra produtiva do campo
imenso ou no campo da inteligência e do coração dos homens -
onde se pode semear a palavra do amor, da paz que edifica, da fé
que fortalece, da ciência que esclarece a mente - deixam eles
sempre as boas sementes germinando para o bem da comunidade e,
dentro da sua alma, uma grandiosa expectativa também cresce no
sonho alentador de ver concretizada a sua obra, porque para os semeadores, ver germinar as sementes que lançaram já é sentir o
sabor da felicidade.
Bom dia!!!