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Tudo ou nada

Após o aborto de sua segunda criança, minha irmã estava ansiosa por engravidar-se novamente. Tinha um filho de cinco anos e queria dar-lhe um irmão ou uma irmã. Mas esta gravidez logo se transformaria em um grande pesadelo.

Com 23 semanas, Kathy começou a sentir-se mal e ter contrações. Temendo novo aborto foi imediatamente à seu médico que, após examina-la, disse
- Está tudo bem! O problema maior está "em sua cabeça". Vá para casa e continue com sua rotina, normalmente.

Era 31 de dezembro e, passados alguns dias da visita ao médico, Kathy continuava sentindo-se mal. E naquele clima de esperanças do ano novo, a ambulância foi chamada. Kathy estava em trabalho de parto. Colocada no fundo da ambulância, enquanto ouvia a sirene, tudo o que conseguia pensar era "quando acordarei deste pesadelo?"

Kathy foi levada à um hospital bem equipado e com boa equipe médica. E lá, lhe informaram,
- Você tem uma grave infecção. Se fizermos uma cesariana, o bebê 
terá melhor possibilidade de sobrevivência mas existe a possibilidade 
que a infecção se espalhe por todo o seu corpo, ameaçando a sua vida. 
Pode ser parto natural mas o bebê é tão minúsculo que certamente 
será afetado.

Kathy optou pela cesariana, arriscando sua própria vida para salvar 
a vida de seu bebê.

Depois disso, a primeira coisa dita a Kathy foi,
- Você tem uma filha, e ela é muito pequenina. Pesa muito pouco e 
tem a altura de uma boneca Barbie. Seus pulmões não estão completamente desenvolvidos e, por isso, precisa respirar com 
ajuda de aparelhos.

E o médico continuou,
- A chance de sobrevivência é quase nenhuma. Provavelmente não 
passará desta primeira noite. Se conseguir passar a noite, terá menos 
de 10% de possibilidade de viver após isso. Se viver, as contas médicas serão astronômicas, a tensão emocional será terrível; além disso, terá problemas mentais e uma vida muito mais complicada do que a maioria 
das crianças.

Em seguida, uma grave pergunta foi feita à minha irmã,
- Você quer que façamos tudo que pudermos, ou nada? Ou seja, nós podemos desligar os aparelhos que dão sustentação a vida do bebê, 
mas nós temos que ter sua permissão.

Kathy respondeu-lhes dizendo para fazerem qualquer coisa e tudo o que fosse possível para salvar a vida de seu bebê, mesmo depois de todas as palavras desanimadoras que lhe disseram. Depois de tudo que tinha passado, como poderia agora simplesmente desistir daquele pequeno milagre?

Foram longas noites e longos dias. A pequena Elizabeth Hale estava 
presa a inúmeros aparelhos, lutando arduamente por sua vida. 
Os médicos ainda se diziam pessimistas. Beth ainda tinha apenas 
10% de possibilidade de sobrevivência.

Encarando a realidade, Kathy teve que voltar para casa, deixando seu minúsculo bebê na UTI neonatal. Visitava-a tanto quanto possível. 
Ligava 7 ou 8 vezes por dia. Sua primeira conta do telefone poderia literalmente ser esticada através do comprimento inteiro de sua casa. 
Só que o dinheiro era o que menos preocupava.

Descobriu-se que Beth tinha uma falha no coração. 
Tinha perdido mais peso e era muito pequena para estar sob 
efeito de anestesia, assim tiveram que paralisar seu minúsculo 
corpo para fazer a necessária cirurgia do coração.

Foram 4 meses de internação e luta pela vida.

Nunca me esquecerei, era a semana do dia das mães, quando minha irmã, seu marido e seu filho levaram Beth para casa. Pesava muito pouco e os médicos advertiram insistentemente que Beth seria um grande desafio e teria um desenvolvimento muito lento.

Junho de 2002, aquele minúsculo milagre que tinha 10% de possibilidade 
de sobrevivência, concluiu o colégio em primeiro lugar da sua turma. 
Está ingressando na faculdade que escolheu. Se teve um desenvolvimento 
lento, como os médicos avisaram, eu adoraria vê-la à toda a velocidade!
É alta, loira e tem os olhos azuis que brilham intensos com a beleza 
que é o seu futuro.

Tudo ou nada?

Beth está indo para o TUDO! Ensinando que nem sempre a vida é um 
"mar de rosas", mas com fé, perseverança e muita luta, pode-se 
alcançar resultados fantásticos.

Tammie Soots
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