Houve certa vez, um mago que
ficou doente. Toda a medicina que ele tentou apenas o fez sentir-se pior e então
ele consultou seus livros mágicos. Lá ele encontrou escrito que deveria
viajar para servir, então ele decidiu sair e vagar pelo mundo até que se
sentisse melhor.
No primeiro dia ele encontrou uma fonte de água fresca brotando para fora da
Terra. Várias mulheres de uma aldeia próxima estavam enchendo seus jarros e
lavando suas roupas no manancial. O mago perguntou para as mulheres se ele
poderia beber um pouco daquela água pois sentia muito calor e estava sedento.
- Nem se você virar pó diante de meus olhos. Disse uma das mulheres.
E todas as outras eram igualmente rudes e nada amigáveis. Todas, com exceção
de uma, que olhava amavelmente para o mago sedento e disse para suas
companheiras,
- Nós podemos ceder desta água para um pobre homem, sim.
Enquanto o mago bebia ela disse,
- Existe um cantinho em nosso celeiro pronto para você se você desejar
dormir lá esta noite.
O mago agradeceu por sua generosidade e foi
para casa com ela.
O marido da mulher os encontrou na porta.
- Quem é este que você trouxe casa? Ele perguntou.
- Um estranho,- disse a mulher - e nosso convidado
para esta noite.
- Então entre e seja bem-vindo. - disse o homem - Eu prepararei a mesa.
- Eu receio que só possa comer carne de boi, fresca. Disse o mago, que tinha
notado que eles tinham uma única vaca presa próximo a sua casa.
- Então eu devo ir e matar a vaca,- disse o homem sem vacilar - Só o melhor
é bom o suficiente para um convidado.
Aquela noite eles todos comeram bem, e o mago foi dormir no celeiro. Quando
ele deixava a casa ele pode ouvir a mulher dizer baixinho para o marido que
ela não sabia o que fazer agora que a única vaca tinha sido morta.
Na manhã seguinte, o casal foi despertado pelo mugir de uma vaca no lado de
fora.
- O que pode ser isso? Perguntou a mulher.
- Não sei. - disse o homem - Nós só tínhamos uma vaca e nós a comemos na
noite passada.
Eles saíram e para seu assombro lá estava sua própria vaca, sã e cordial
como sempre, e muito viva.
Mas não existia nenhum sinal de seu convidado.
Enquanto isto o mago continuou seu caminho e,
quando o sol estava alto no céu,
ele encontrou
um homem juntando mato.
- Ei, irmão, você não progredirá deste modo.
Disse o mago.
- O que mais posso fazer, - respondeu o homem -
não existe nenhum outro
trabalho para mim.
O mago acenou uma das mãos e os ramos e
galhos secos se transformaram em um
magnífico
vinhedo, cheio de uvas maduras e prontas para
colher e fazer vinho.
- Prospere, irmão. Disse o mago e ele
continuou seu caminho.
Mais à frente, ao longo a estrada, ele viu um homem caminhando tristemente
entre uma alameda de árvores mortas.
- Olá, é um belo pomar este que você tem! Disse o mago. E de fato, as árvores
de repente estavam cheias de frutas.
- Prospere e fique bem, irmão. Disse o mago continuando por seu caminho.
Perto dali, ele viu um homem carregando pedras em suas costas.
- É um belo rebanho de ovelhas o que você tem, meu amigo. Disse o mago. De
uma só vez todas as pedras se transformaram em gordas ovelhas.
- Prospere, amigo. Disse o mago e continuou seu caminho.
Por um ano inteiro ele viajou fazendo ações deste tipo, até que ele estava
completamente curado de sua náusea. Então decidiu retornar e ver como
estavam as pessoas que ele ajudara.
Primeiro ele encontrou o homem cujas pedras ele transformara em ovelhas.
O
homem sacrificou todas os animais e estava tendo
um enorme banquete.
- Você pode me dar um pouco desta carne que
me parece deliciosa? Pediu o
mago.
- Cai fora! Gritou o homem. - Você me ajudou a
cuidar das ovelha?
- Dê-me pelo menos um pedacinho, por caridade.
Disse o mago.
Mas o homem apenas gritou para ele ir embora.
O mago acenou suas mãos e as
ovelhas assadas
voltaram a ser pedras.
Então ele continuou sua jornada até encontrar
o pomar, onde homens estavam
ocupados
colhendo frutas.
- Posso pegar uma maçã? Pediu o mago.
- Retire-se! Gritou o dono do pomar. - Nós não queremos gente do seu tipo
por aqui.
O mago gesticulou ambas as mãos e as árvores se tornaram estéreis como eram
antes. O mago pegou seu caminho novamente, até que chegou ao vinhedo.
- Talvez eu possa pegar um pouco de suas uvas? Ele perguntou à um dos
trabalhadores.
- Eu pedirei ao mestre. Disse o homem.
Ele volta logo, sacudindo a cabeça.
- O mestre disse que ele não lhe dará uma única uva.
O mago agitou uma das mãos e o vinhedo desapareceu.
Um pacote de ramos mortos
ao chão apareceu em seu lugar.
Novamente o mago pegou seu caminho até
chegar à casa onde viviam o homem e a
mulher
que mataram sua única vaca para o alimentar.
O casal veio encontrá-lo
na porta, sorrindo e
felizes por o ver novamente.
- Como é bom ver você novamente! Disse o homem.
- Podemos oferecer a você algo para sua jornada?
Perguntou a mulher.
O mago sorriu.
- Verdadeiramente vocês são boas pessoas. -
Ele disse - Por todo o bem que
vocês fizeram e
por sua generosidade comigo eu os recompensarei.
Toda manhã
vocês encontrarão quatrocentas
moedas de ouro debaixo de sua cama.
Prosperem,
amigos. E com estas palavras ele partiu.
O casal ficou muito contente com sua nova fortuna,
e você pode estar certo de
que eles viveram muito felizes.
Quanto ao mago, ele foi para casa e viveu por muitos anos. E sempre que
sentia-se doente, ele visitava o casal que lhe oferecera tanta generosidade, e
eles se sentavam e conversavam sobre as mexidas do mundo enquanto o fogo ardia
na lareira, aquecendo seus corações.