Alguém me enviou um recorte de jornal amarelado pelo tempo que contem
uma historia comovente; Um pai contou mais ou menos o seguinte:
Há um ano atrás eu me sentei a minha mesa com as contas do mês e
pagamentos vencidos diante de mim, quando meu garotinho cheio de alegria
entrou correndo na sala e anunciou impetuosamente:
- Feliz aniversario, papai! Mamãe disse que você esta completando 55
anos hoje, por isso eu vou lhe dar 55 beijos, um para cada ano.
Ele começou a fazer o que prometera, quando eu exclamei:
- Oh! André, agora não; estou tão ocupado!
Seu silencio atraiu minha atenção. Olhando-o percebi que havia lagrimas
em seus grandes olhos azuis. Desculpando-me eu disse:
- Você pode terminar amanhã.
Ele não respondeu, mas não foi capaz de disfarçar o seu desapontamento
enquanto se afastava. Naquela mesma noite eu lhe disse:
- Venha cá e termine de me dar seus beijos agora, André.
Ou ele não me ouviu ou não estava mais com vontade, pois não me
atendeu. Dois meses depois, em resultado de um acidente, Deus o levou
para o Céu.
Seu corpo foi sepultado em um pequeno cemitério perto de um lugar onde
gostávamos de brincar. O canto do tordo não era mais doce que a voz do
meu filho, e a rolinha que arrulhava para os seus filhotes não era tão
gentil como o menininho que deixou de terminar a sua tarefa de amor.
Ah! Se eu pudesse ao menos lhe dizer como me arrependo daquelas palavras
impensadas, e como o meu coração esta doendo agora por causa de minha
falta de delicadeza.
Em vez disso, fico sentado aqui pensando em como não retribui seu amor,
mas entristeci seu pequeno coração que estava tão cheio de ternura e
afeição.