A arte é uma mentira. O papel do artista é convencer os 
outros da veracidade de suas mentiras.
(Paulo)

 


Ele não conhecia

Uma tarde, certa mãe muito atarefada, ao promover uma limpeza geral na casa apelou para o filho de onze anos, pedindo-lhe ajuda nessa atividade. Coube-lhe, então, o dever de limpar os móveis, começando de cima para baixo, ainda com a responsabilidade de retirar todos os objetos acumulados sobre eles, para que melhor pudesse retirar toda a poeira ali amontoada desde a última faxina. 

O garoto servindo-se de uma pequena escada de dois degraus, iniciou seu trabalho. Depois de algumas horas, estavam limpos os móveis das duas salas e dos quartos. Finalmente chegou àquele quarto onde eram colocados objetos mais antigos - alguns aproveitáveis e outros não. Havia realmente muito o que fazer ali. 

Quando começou pôr abaixo tudo o que estava colocado em cima de uma velha prateleira, o garoto deparou-se com um volume grosso, já amarelecido, empoeirado e metido entre latas, ferramentas e tantas outras quinquilharias encostadas. Com o livro já nas mãos, o pequeno chamou a mãe e foi dizendo:

- Olha, mãe, achei essa coisa velha, empoeirada e até com cheiro de mofo. Veja só como está horrível.... Posso jogar no lixo?

A mãe, que por um pouco havia deixado os seus próprios afazeres a fim de atender ao chamado do filho, vendo que aquilo que o garoto chamava de coisa era a Bíblia da família, disse-lhe em tom contrito:

- Meu filho, tome cuidado com este livro porque ele é sagrado, é o livro de Deus! Imagine, atirar ao lixo este volume...
- Livro de Deus, mãe? Então, antes que as traças o destruam, o melhor é devolvê-lo ao Dono, pois aqui em casa nunca o usamos e quem sabe Deus encontre alguém interessado nele...



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Maktub

 
 
 
     
 

 

 

   

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