A triste preguiça
O garoto era, decididamente, um preguiçoso! Todos sabiam disso mas ninguém atinava sobre a melhor forma de ajuda-lo a vencer essa preguiça. Seus irmãos acabavam sempre terminando as tarefas apenas começadas por ele ou simplesmente deixadas de lado, como acontecia muitas vezes.
Sempre que a mãe o incumbia de sair para lhe comprar alguma coisa urgente, ele dava um jeitinho ate conseguir passar a responsabilidade para outro. Não gostava de se levantar de manha e a mesa ele não tinha pressa de tomar a refeição, mesmo notando que já esperavam impacientes por ele.
E assim, dia após dia, o garoto ia ficando cada vez mais preguiçoso. Empurrava todas as suas obrigações para os irmãos e não se importava com coisa alguma --boa ou ma--que fosse acontecendo ao seu redor. Certa tarde, tio Cornelio veio visita-los. Não custou muito para que ele percebesse que, enquanto as outras crianças trabalhavam, o menino só fazia de conta, ou nem isso se dava ao trabalho de fazer.
Pobre garoto, pensou o tio. Ninguém o suportará, se continuar assim. Preciso descobrir uma maneira de ajuda-lo! Depois de vários dias de observação continua o tio descobriu que uma das poucas coisas que o menino gostava de fazer era pescar. Então, discretamente, o tio falou perto dele como pessoalmente apreciava passeios, piqueniques e pescarias. O plano funcionou mais depressa do que se imaginava.
- Tio Cornelio, o senhor quer me levar para um dia inteirinho de pescaria? --pediu o menino ao entardecer de um certo dia.
- Bem, você não acha que os seus irmãos também gostariam de ir? Talvez a gente possa planejar o passeio e a pesca para o próximo sábado, lá no Lago dos Espelhos. Passaremos o dia todo por lá e retornaremos ao anoitecer.
Os pais vibraram com a idéia e concordaram felizes!
- Mas muitas coisas deverão ser feitas antes do passeio - disse-lhes a mãe. - Eu farei a minha parte, providenciando um suculento e bem substancioso lanche, e cada um terá de fazer também a sua parte.
- Nos a ajudaremos naquilo que for necessário - propuseram os irmãos do nosso garoto, enquanto ele, silencioso, não se prontificou a ajudar em nada. Tio Cornelio, lá do seu canto, mantinha-se atento a cada detalhe.
Na sexta-feira a noite, as crianças, eufóricas e ansiosas, já não conseguiam mais esperar pela manha de sábado. O tio comunicou que partiriam muito de manha e que todos deveriam deixar suas roupas em condições de serem vestidas rapidamente. A essa altura o garoto foi dizendo:
- Procurem a minha roupa e coloquem de jeito pra eu vestir amanha.
- Nada disso, mocinho! Cada um terá de cuidar do que é seu. Essa é a minha condição; do contrario, não iremos - disse o tio com firmeza.
Na manha seguinte, todos pularam da cama e se arrumaram depressa, menos o menino, que nem se lembrou do passeio. Quando estava acordando ouviu a caminhonete já saindo. Era tarde demais...
Colaboração: Nely Souto
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Maktub