Aprender música lendo teoria musical é como fazer 
amor por correspondência.
(Luciano Pava)

 


Uma lição de meu pai...

Cada um dos sete filhos trabalhou na loja de nosso pai, nossa própria loja de departamentos. No inicio fazíamos pequenos trabalhos como varrer o chão, arrumar as prateleiras e fazer embrulhos, e mais tarde, quando tínhamos experiência, atendíamos aos clientes. Trabalhando e prestando atenção, nós aprendemos que trabalhar era mais do que sobreviver e vender.

Uma lição ficou gravada em minha mente. Era próximo do natal. Eu estava na oitava série e trabalhava à noite, ajeitando a seção de brinquedos. Um pequeno garoto, com uns cinco ou seis anos, entrou. Ele vestia um desgastado e sujo casaco marrom. 

O cabelo despenteado. 
O tênis rasgado e desamarrado. O garoto me pareceu muito pobre - demasiado pobre para ter dinheiro para comprar qualquer coisa. Olhou em torno da seção de brinquedos, pegava um brinquedo, olhava atentamente e devolvia com cuidado ao seu lugar.

Papai desceu as escadas e caminhou até o menino. Seus olhos azuis sorriam e a covinha no rosto sobressaía quando perguntou ao menino o que poderia fazer por ele. O menino disse que procurava um presente de natal para dar à seu irmão. 

Me impressionou como papai o tratou com o mesmo respeito com que tratava a todos os clientes. Papai lhe disse para ficar à vontade e procurar com calma.

Aproximadamente 20 minutos depois, o menino escolheu um brinquedo, foi até meu pai e perguntou,
- Senhor, quanto custa este?
- Quanto você tem? Meu pai perguntou.
O menino enfiou a mão no bolso e retirou algumas moedas.
- 27 centavos.

O preço do brinquedo escolhido era $3,98.
- Mas que sorte! É exatamente o quanto custa! Meu pai lhe disse e fechou a venda.
A resposta de papai ainda soa em meus ouvidos. Eu pensava nisto enquanto embrulhava o presente. Quando o menino saía da loja, eu já não observava a roupa suja e desgastada, o cabelo despenteado, ou o tênis rasgado e desamarrado. O que eu via era uma criança radiante levando um tesouro.


Maktub
1433

 
 
 
     
 

 

 

   

 E-mail

Copyright© 1996/2007    -  Rivalcir  Liberato  -   Todos os direitos reservados Voltar