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Um lugar Seguro
A um certo
homem de negócios foi solicitado um donativo, em benefício de algumas obras
assistenciais que vinham sofrendo muito pela falta de recursos. O homem,
entendendo o valor dessas obras e desejando colaborar também em favor dos
oprimidos, pobres e sofredores, prontamente preparou e entregou nas mãos do
solicitante um cheque portador de uma respeitável soma que daria, certamente,
para suprir várias necessidades urgentes.
Enquanto ainda recebia as expressões de reconhecimento, feitas em nome das
instituições beneficiadas, chegou um dos seus secretários trazendo-lhe um
telegrama. Pediu licença e imediatamente leu a mensagem contida no referido
telegrama. O seu semblante manifestou uma perturbação visível e, sem fazer
segredo, disse ao solicitante, ainda presente:
- Este telegrama participa-me sobre o naufrágio de um dos meus cargueiros e a
conseqüente perda da respectiva mercadoria que transportava. Isto me obriga a
alterar agora o meu donativo e terei de lhe preparar um novo cheque. Não me leve
a mal, amigo, mas é absolutamente necessário que eu assim proceda. Espere por
uns poucos instantes, por favor.
O solicitante das obras sociais em questão compreendeu perfeitamente a situação
e lhe devolveu de imediato o cheque, julgando que ele passaria outro, de menor
valor. O negociante fez outro e o entregou. Mas, qual não foi o seu espanto ao
verificar que o novo cheque representava o dobro do valor do primeiro. Um tanto
conturbado, indagou o solicitante:
- Não teria o prezado amigo se enganado, ao preencher esse cheque?
- Não - respondeu o homem de negócios. - Não me enganei. Essa importância está
correta.
E naquele momento, com os olhos marejados pelas lágrimas que não puderam ser
evitadas, o homem continuou:
- Eu conheço bem os ensinamentos de Cristo que recomendou: "Não ajunteis
tesouros na terra." Mas só ao ocorrer um prejuízo dessa monta é que a gente
desperta no sentido de estar lutando apenas por uma coisa perecível e
passageira. É preciso pensar também, aliás, muito mais, nos valores eternos - os
que permanecem.
Maktub
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