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"Sou dos escritores que não sabem
dizer coisas inteligentes sobre seus
personagens, suas técnicas ou seus
recursos. Naturalmente, tudo que
faço
hoje é fruto de minha experiência de
ontem: na vida, na maneira de me
vestir
e me portar, no meu trabalho e na
minha arte/ Não escrevo muito sobre
a
morte: na verdade ela é que escreve
sobre nós - desde que nascemos vai
elaborando o roteiro de nossa vida/
O medo de perder o que se ama faz
com
que avaliemos melhor muitas coisas.
Assim como a doença nos leva a
apreciar
o que antes achávamos banal e
desimportante, diante de uma dor
pessoal
compreendemos o valor de afetos e
interesses que até então pareciam
apenas naturais: nós os merecíamos,
só isso. Eram parte de nós./ O amor
nos
tira o sono, nos tira do sério, tira
o tapete debaixo dos nossos pés, faz
com
que nos defrontemos com medos e
fraquezas aparentemente superados,
mas
também com insuspeitada audácia e
generosidade. E como habitualmente
tem
um fim - que é dor - complica a
vida. Por outro lado, é um
maravilhoso ladrão
da nossa arrogância./ Quem nos
quiser amar agora terá de vir com
calma,
terá de vir com jeito. Somos um
território mais difícil de invadir,
porque
levantamos muros, inseguros de
nossas forças disfarçamos a
fragilidade com
altas torres e ares imponentes./ A
maturidade me permite olhar com
menos
ilusões, aceitar com menos
sofrimento, entender com mais
tranqüilidade,
querer com mais doçura./ Às vezes é
preciso recolher-se."
Sobre ela mesma [ Lya Luft ]
"Não tenho nenhuma religião
instituída, mas tenho uma profunda
visão
religiosa, sagrada, da natureza, das
pessoas, do outro." [ Lya Luft ]
"Não quero jamais ter de morar longe
dele. Aqui tudo é possível. E tanto
está
ainda por fazer." Sobre o Brasil [
Lya Luft ]
"Deus eu imagino como força de vida:
luminosa, positiva, imperscrutável."
Obs.: Sobre Deus [ Lya Luft ]
"Nada, não falta nada. Ela é o que
é, simplesmente, cheia de graça,
desgraça,
florescente, múltipla, lutando com a
crise econômica que atinge também as
editoras, mas, como não se escreve
para ficar rico, tudo bem."
Obs.: Sobre o que falta à literatura
brasileira. [ Lya Luft ]
"Não escrevo porque ?valha a pena?,
mas porque me faz feliz,
simplesmente."
[ Lya Luft ]
"Tento entender a vida, o mundo e o
mistério e para isso escrevo. Não
conseguirei jamais entender, mas
tentar me dá uma enorme alegria.
Além
disso, sou uma mulher simples, em
busca cada vez mais de mais
simplicidade.
Amo a vida, os amigos, os filhos, a
arte, minha casa, o amanhecer. Sou
uma
amadora da vida. O que você nunca
vai esquecer? Escutar o vento e a
chuva
nas árvores do imenso jardim que
cercava a casa de meu pai, na minha
infância." [ Lya Luft ]
"Escrevo sobre o que me assombra." [
Lya Luft ]
"Na ambição de serem sempre jovens,
as mulheres acabam perdendo o
próprio
rosto. São os falsos mitos da
juventude para sempre. E isso também
inclui a
febre atual da mídia,
particularmente nas revistas
femininas. Só se fala como
se pode ter vários orgasmos numa
única noite. Só se fala em como a
mulher
deve agir para segurar seu homem
pelo sexo, especialmente o oral. São
fórmulas de um mundo conturbado, que
foge ao afeto, distante de qualquer
felicidade. Essa é outra coisa para
o enlouquecimento. Em todo lugar, o
que
existe é a supervalorização do sexo.
Quem não estiver fazendo sexo sem
parar o tempo todo passa a ser
anormal. Muita gente fica complexada
porque
não consegue vários orgasmos numa
noite. É tudo uma imposição." [ Lya
Luft ]
"Essas coisas que obrigam as pessoas
a ser atletas. Hoje é quase uma
imposição: a ordem é fazer sexo sem
parar, o tempo todo. A ordem é não
fumar, não beber. É essa loucura o
dia inteiro na cabeça. Quem não for
resistente acaba enlouquecendo. E a
vida fica para trás. Hoje as pessoas
estão sofrendo muito. Um sofrimento
absolutamente desnecessário.
Especialmente as mulheres que fazem
plástica logo que vêem uma ruga no
rosto. Plásticas de inteira
inutilidade" [ Lya Luft ]
"Não existe isso de homem escrever
com vigor e mulher escrever com
fragilidade. Puta que pariu, não é
assim. Isso não existe. É um erro
pensar
assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo
de mulher, como mulher. Mas não sou
uma mulher que necessita de ajuda de
um homem. Não necessito de proteção
de homem nenhum. Essas mulheres
frageizinhas, que fazem esse gênero,
querem mesmo é explorar seus
maridos. Isso entra também na
questão
literária. Não existe isso de homens
com escrita vigorosa, enquanto as
mulheres se perdem na doçura. Eu
fico puta da vida com isso. Eu quero
escrever com o vigor de uma mulher.
Não me interessa escrever como
homem." [ Lya Luft ]
"Tudo que escrevo é meu e vem de
mim; é visceral e vital."
[ Lya Luft ]
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